confesso que não presto
que não estou no que me
esperam
que não sou pelo que é
certo:
não sou homem de bem
sou homem de mal
confesso que não faço
confesso que nem tento
essa coisa de progresso
de construir carreira
sólida
de me assegurar para a velhice
de me ser reconhecido
e coisas e tal
confesso minha angústia
admito que ainda sinto
que não tornei-me “descolado”
que não fingi felicidade
ou mentiras de alto-astral
mas confesso que me finjo
que me bebo escracho e
minto
a suportar o insuportável
da convivência entre gentes
e a necessidade social
e confesso que escrevo:
escrever é isso
e ponto final
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