12 março 2010

Quando?

quando à manhã de céu azul
cruzará aquela ave sombria,
se eu trago uma vela no escuro?
eu escrevo com o que procuro...

se eu pudesse sonhar, dormiria.

quando incensarão pela tarde
as tulipas que eu te colhia,
se eu trago uma espada no braço?
eu escrevo com o que não abraço...

se eu te pudesse mirar, pintaria.

quando aos fluidos deste ocaso
encherei esta taça vazia,
se eu trago uma brasa na testa?
eu escrevo com o que me resta...

se eu te pudesse falar, cantaria.

quando virão na minha noite
sonatas da morte do dia,
se um beijo nos lábios sustenho?
eu escrevo com o que não tenho...

se eu te pudesse viver, morreria.

6 comentários:

Pálida Lua disse...

Linda poesia.
"Se eu te pudesse escutar, sentiria"
:)

Matheus de Oliveira disse...

Realmente é um poema belíssimo, de grande expressividade e originalidade de linguagem.

andrei disse...

Meus parabéns... És um escritor de mão cheia... escrve muito bem... Vou seguir e visitar sempre que puder...

Abraços
Andrei (Mr Lonely forever)

Micheli Pissollatto disse...

"eu escrevo com o que me resta...

se eu te pudesse falar, cantaria."

Docemente sublime. Amei *.*

Tais Luso de Carvalho disse...

'quando virão na minha noite
sonatas da morte do dia,
se um beijo nos lábios sustenho?
eu escrevo com o que não tenho...'

Sensível e triste. Mas belo.

bjs
tais luso

CASSIANE SCHMIDT disse...

Bom demais, sem plavaras, poeasia de qualidade! Volto mais vezes!

Abraços