quando à manhã de céu azul
cruzará aquela ave sombria,
se eu trago uma vela no escuro?
eu escrevo com o que procuro...
se eu pudesse sonhar, dormiria.
quando incensarão pela tarde
as tulipas que eu te colhia,
se eu trago uma espada no braço?
eu escrevo com o que não abraço...
se eu te pudesse mirar, pintaria.
quando aos fluidos deste ocaso
encherei esta taça vazia,
se eu trago uma brasa na testa?
eu escrevo com o que me resta...
se eu te pudesse falar, cantaria.
quando virão na minha noite
sonatas da morte do dia,
se um beijo nos lábios sustenho?
eu escrevo com o que não tenho...
se eu te pudesse viver, morreria.
6 comentários:
Linda poesia.
"Se eu te pudesse escutar, sentiria"
:)
Realmente é um poema belíssimo, de grande expressividade e originalidade de linguagem.
Meus parabéns... És um escritor de mão cheia... escrve muito bem... Vou seguir e visitar sempre que puder...
Abraços
Andrei (Mr Lonely forever)
"eu escrevo com o que me resta...
se eu te pudesse falar, cantaria."
Docemente sublime. Amei *.*
'quando virão na minha noite
sonatas da morte do dia,
se um beijo nos lábios sustenho?
eu escrevo com o que não tenho...'
Sensível e triste. Mas belo.
bjs
tais luso
Bom demais, sem plavaras, poeasia de qualidade! Volto mais vezes!
Abraços
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