22 novembro 2022

Por quê?

a pergunta em desespero 
a dúvida exausta a galope
um sol frio que surge e se esconde
por entre temporais de interrogações
e luas cheias de porquês 
sonos tortos em que nunca se dorme
campos longos onde nunca se chega 
infinitos de pontos a ponto nenhum
respostas de sapos escuridando a noite 
ecos de morcegos cegando os ouvidos
gritos pelos milênios não-respondidos 
sugados por buracos-negros
sangue de lábios em asas
em ânsias por matar a sede
aves e névoas em taças
que embriagam e desaparecem
porque nunca terão alado
as questões e inquietações 
por que frustradas e eternais?
e a pergunta pairando nos parassempres 
de um porquê respondido ao jamais.


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