09 abril 2015

Sono Sanguíneo (ou A Propósito de Chopin)

líquido violento de tormenta
que escorre dos vales em urgência
vinho vivo em meu passo à beira

sou daqueles
que passam às margens do tenso
denso as miragens que olhos
e sempre um símbolo -beijo
de humanidade morta

despenca-me furiando
em cílios convulsiona-me
um sei que se apaga
no morrêr-do-sol

durmo a lua febre
pelo pulso de um cigarro
no noctâmbulo do que me existo
em finais ocasos violino

durmo após o mundo
no pânico da ânsia em charme
para acordar nos melan-cólicos
músico-sanguino-glóbulos
do que vem abraçar-me

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