I – do Gato
tu
gato noturno
atento ao vazio da treva
vês ainda mais vezes
que vazio sou eu
que não estou
no que te leva
tu sabes, gato
que toda a ciência
não vale o sentido
do teu olfato
II – da Coruja
II – da Coruja
e o teu canto
coruja hermética
de olhos autônomos
equivale a uma europa
de filósofos
e de autômatos
e, por fim
há mais sabedoria no teu pio
do que em todo
o povo do Brasil
III – da Estrela
tu que não nos sabes
tu que não nos sabes
nunca te fracassas:
sendo estrela és longe
e sendo longe és verdade
triunfas
ao iluminares nuncas
e dar as costas
à humanidade
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