o meu nome quando é dito
(e quem há dito
que meu nome alguma vez
bem dito?)
nunca se sonora como sendo
quando dizem que sou eu
ninguém a mim
me entendo
e quando dizem que não sou
se contradizem em assim mesmo
porque ao dizê-lo o não
o meu ser já é o som
o meu nome é aquilo que não-trilho
um passo dado ao nada e ao brilho
um sim subindo pelo não dizendo
o meu nome é aquilo que não-lendo
palavra nada
na última página
de um livro de vento
o meu nome
é como se fosse o como...
e como
é que se pode vir do vago?...
do meu nome
não se diz nem do que é céu
mas dirão que digo do meu eu...
ledo engano...
mas só quando advir o dano
lerão que sou
mas...
eu não-eu.
5 comentários:
Do nome, apenas a voz tem assinatura e ainda assim, as vzs se confunde.
Muito bom!
bj
ADORO esse jogo que você faz com as palavras e com um fundamento tão lógico.
Beijos, poeta
Mirze
Nomes... De que serve o nome dado a tudo e a todos sem a devida autorização da criatura? Batizados e sacramentados em um título que muitas vezes não condiz com a natureza do ser. Lembro-me de Tistu(O Menino do Dedo Verde)!
Teria a liberdade o infinito se este nome não lhe fosse dado? Seria a rosa menos perfumada se não tivesse a soberania das flores rotulada em suas pétalas? Prefiro a poesia-sempre, do que as nomenclaturas.
Belo poema, dá gosto de ler!
... também adoro o jogo de palavras, sentidos e sentires!...
Beijos =)
O homem nomeia, a seus estranhos e arbitrários critérios...
beijo!
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