24 fevereiro 2012

Do Meu Nome

o meu nome quando é dito
(e quem há dito
que meu nome alguma vez
bem dito?)
nunca se sonora como sendo
quando dizem que sou eu
ninguém a mim
me entendo

e quando dizem que não sou
se contradizem em assim mesmo
porque ao dizê-lo o não
o meu ser já é o som

o meu nome é aquilo que não-trilho
um passo dado ao nada e ao brilho
um sim subindo pelo não dizendo

o meu nome é aquilo que não-lendo
palavra nada
na última página
de um livro de vento

o meu nome
é como se fosse o como...
e como
é que se pode vir do vago?...

do meu nome
não se diz nem do que é céu
mas dirão que digo do meu eu...
ledo engano...
mas só quando advir o dano
lerão que sou
mas...
eu não-eu.

5 comentários:

  1. Do nome, apenas a voz tem assinatura e ainda assim, as vzs se confunde.
    Muito bom!
    bj

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  2. ADORO esse jogo que você faz com as palavras e com um fundamento tão lógico.

    Beijos, poeta

    Mirze

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  3. Nomes... De que serve o nome dado a tudo e a todos sem a devida autorização da criatura? Batizados e sacramentados em um título que muitas vezes não condiz com a natureza do ser. Lembro-me de Tistu(O Menino do Dedo Verde)!

    Teria a liberdade o infinito se este nome não lhe fosse dado? Seria a rosa menos perfumada se não tivesse a soberania das flores rotulada em suas pétalas? Prefiro a poesia-sempre, do que as nomenclaturas.

    Belo poema, dá gosto de ler!

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  4. ... também adoro o jogo de palavras, sentidos e sentires!...


    Beijos =)

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  5. O homem nomeia, a seus estranhos e arbitrários critérios...

    beijo!

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