construí meu verso sobre o sangue
derramado duro na nua terra aberta
coagulado sangue seco pelo pó da enxada
que deserticamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
de água morta em rio derramado humano
sangue viscoso-negro entre a beira acabada
que poluidamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
de seiva-lágrima em derramada queda
esverdeado sangue de vastidão tombada
que devastadamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
do guará atropelado pelo horizonte
sangue vivo-lago derramado das estradas
que extintamente escorre...
meu verso é só uma expressão sangrada
de tudo aquilo que morre.
5 comentários:
hummmm... que maravilha!!!
proto, que me deu uma vontade de partir para aí e conhecer todos os cantos por onde Caio andou.
Caio... eterno.
sempre falando dos nossos (des)amor e buscas.
por si mesmo e pela vida.
beijo e boa semana querido!
Tudo se transforma e esse sangue molhou,depois quando seco adubou seus poemas sombrios e belos.
Perfeito!!!
abraço
tem um selinho pra vc no meu blog!
bjos!
Oi Escritor...
obrigada por flutuar lá no meu blog...
Adorei seus versos...e vou seguir o seu "Do Fim"...
Adorei...o...
"meu verso é só uma expressão sangrada de tudo aquilo que morre."
Beijinhos
Leca
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