21 fevereiro 2010

Sobre o Sangue

construí meu verso sobre o sangue
derramado duro na nua terra aberta
coagulado sangue seco pelo pó da enxada
que deserticamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
de água morta em rio derramado humano
sangue viscoso-negro entre a beira acabada
que poluidamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
de seiva-lágrima em derramada queda
esverdeado sangue de vastidão tombada
que devastadamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
do guará atropelado pelo horizonte
sangue vivo-lago derramado das estradas
que extintamente escorre...

meu verso é só uma expressão sangrada
de tudo aquilo que morre.

5 comentários:

  1. hummmm... que maravilha!!!

    proto, que me deu uma vontade de partir para aí e conhecer todos os cantos por onde Caio andou.


    Caio... eterno.

    sempre falando dos nossos (des)amor e buscas.

    por si mesmo e pela vida.



    beijo e boa semana querido!

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  2. Tudo se transforma e esse sangue molhou,depois quando seco adubou seus poemas sombrios e belos.

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  3. Oi Escritor...

    obrigada por flutuar lá no meu blog...

    Adorei seus versos...e vou seguir o seu "Do Fim"...

    Adorei...o...
    "meu verso é só uma expressão sangrada de tudo aquilo que morre."

    Beijinhos
    Leca

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