01 maio 2015

Para Richa covarde e sua polícia vergonhosa: "Contra Governos e Leis e Autoridades"

Se esta foto não é um monumento à covardia, é o quê?
Abaixo, poema que escrevi em fevereiro de 2013:

Contra Governos e Leis e Autoridades

I
governo
é o empregado
pago e autorizado
por todo o povo
para mandar no povo
em benefício de alguns
que fazem do povo
um bando de nadas
e de nenhuns

II
lei
é estabelecer
que todos são iguais
desde que não
sejam os alguns
para que o povo
se iguale sempre ao povo
e jamais
se desiguale do seu nada
a lei é a ordem
e a ordem
é sempre se manter
dentro dos limitados
limites da estrada

III
autoridade
é o imbecil
escolhido entre imbecis
amparado por imbecis
aplaudido por imbecis
para tentar impedir
que os grandes
combatam os imbecis
(e acima de governo e lei)
ponham os pingos nos is


29 abril 2015

Qual a Música do Horror?

o ronco de estômagos vazios
e o gemido surdo da fome...
que som sai da lágrima
em contato com a pele
quando escorre?

como se escuta o choro abafado
dos desesperados?

os litros de sangue derramados
nos campos das batalhas
produzem que notas?

os corpos despedaçados pelas granadas
uma bala estourando uma cabeça
as vísceras espalhadas entre o pó
um dois três quatro cinco seis
sete oito nove dez
soldados fuzilados de uma só vez...

os urros dos tigres sendo massacrados
a queda dos  milhões de bisões
o tombo das florestas
o crépito das queimadas
que música a elas
seria adequada?

as mentiras nos plenários
nas tribunas nos templos nos congressos
e o protesto inútil dos injustiçados
formariam que tipo de concerto?

o tiro a queima-roupa
a mulher sendo espancada
a pele retirada de bichos vivos
as correntezas do rio Tietê
as expressariam que sonata?

os olhos dos coelhos sendo perfurados
para o progresso da ciência
os pesticidas derramados pelos campos
canto de ave com câncer na garganta
a bomba atômica antes
e depois a terra vazia
o silêncio do que virou deserto
se ergueriam em qual Sinfonia?

27 abril 2015

Rede Globo: 50 anos de enganação, alienação, manipulação e imbecilização

A população brasileira, há 50 anos, vem sendo enganada pela Rede Globo, a maior empresa de mídia do Brasil. Só não vê quem está (ainda) sendo manipulado. E, apesar desse domínio estar em franca decadência (a Globo perde telespectadores a cada dia que passa), o número de trouxas ainda é grande, e tem muita gente que só percebe como verdade aquilo que passa na televisão ou que sai em jornal bonitinho. 

Claro que a Globo não é única manipuladora. Mas é a maior e mais tradicional. Construiu o seu império graças à ditadura militar. A ditadura militar manteve seu poder em grande parte graças à Globo. Desde os anos 60, a emissora vem mantendo (e nos últimos anos tentando manter) a população brasileira imbecilizada. Mantém o povo na ignorância, e o povo na ignorância continua acreditando na Globo. É um círculo vicioso. Mas que está sendo quebrado. Por um lado, infelizmente, pela alienação oriunda de outras emissoras enganosas, a Record, por exemplo. 


Sobre o assunto transcrevo trechos de texto publicado no portal Sul21, intitulado: 50 anos da Globo: Dez razões para descomemorar, escrito por por Angela Carrato. Confira o texto na íntegra aqui. A seguir, trechos do texto:

"Nunca a audiência da TV Globo, centro do império da família Marinho, esteve tão baixa. O Jornal Nacional, seu principal informativo, que chegou a ter 85% de audiência, agora não passa dos 20%. Suas novelas do horário nobre estão perdendo público para similares da TV Record. No dia 1º de abril aconteceram atos em prol da cassação da concessão da emissora em diversas cidades brasileiras. O realizado no Rio de Janeiro, em frente à sua sede, no Jardim Botânico, foi o mais expressivo e contou com 10 mil pessoas. Número infinitamente maior participou, no mesmo horário, do tuitaço e faceboquiaço “Foraglobogolpista.


Artistas globais e a viúva de Roberto Marinho integram a relação de suspeitos de crimes de evasão fiscal e serão alvo de investigação pela CPI do Senado, criada para analisar a lista de mais de oito mil brasileiros que têm depósitos em contas secretas na filial do banco HSBC, na Suíça. Este escândalo internacional envolve milhares de pessoas em diversos países. A diferença é que fora do Brasil o assunto tem tido destaque e é coberto diuturnamente, enquanto aqui, a mídia, Globo à frente, prefere ignorá-lo ou abordá-lo parcialmente.

Além disso, o conglomerado teria sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo Fifa de 2002. Após o término das investigações, em outubro de 2006, a Receita Federal quis cobrar multa de R$ 615 milhões da emissora. No entanto, semanas depois o processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2013, uma funcionária da Receita foi condenada pela Justiça a quatro anos de prisão como responsável pelo sumiço. No processo, ela afirmou ter agido por livre e espontânea vontade."


Razões para descomemorar:



3. O apoio à ditadura militar (1964-1985)


Nos anos 1960, o Brasil era visto pelos Estados Unidos como sua área de influência direta. E a TV Globo foi fundamental para trazer para cá o way of life norte-americano juntamente com o seu modelo de televisão. A TV comercial, um dos tipos de emissora existentes no mundo, adquire aqui o status de única modalidade de TV. Não por acaso, Murilo Ramos (2000, p.126) caracteriza o surgimento da TV Globo como sendo “a primeira onda de globalização da televisão brasileira”, que, concentrada num único grupo local, monopolizou a audiência e teve forte impacto político e eleitoral ao longo das décadas seguintes.

Durante quase 20 anos, TV Globo e governos militares viveram uma espécie de simbiose. Os militares, satisfeitos por verem nas telas da Globo apenas imagens e textos elogiosos ao “país que vai para a frente”, retribuíam com mais e mais benesses e privilégios para a emissora. A partir de dezembro de 1968, com a edição do AI-5, o país mergulhou no “golpe dentro do golpe”, com prisão e perseguição a todos os considerados inimigos e adversários do regime e a adoção de censura prévia aos veículos de comunicação.

A TV Globo enfrentou alguns casos de censura oficial em suas telenovelas, mas o que prevaleceu na emissora foi o apoio incondicional de sua direção aos militares no poder e a autocensura por parte da maioria de seus funcionários.
Ainda hoje não falta quem se recorde de situações patéticas em que o então apresentador do Jornal Nacional, Cid Moreira, mostrava aos milhares de telespectadores brasileiros cenas de um país que se constituía “em verdadeira ilha de tranquilidade”, enquanto centenas de militantes de esquerda eram perseguidos, presos, torturados ou mortos nas prisões da ditadura. Some-se a isso que a TV Globo sempre se esmerou em criminalizar quaisquer movimentos populares.

4. O combate permanente às TVs Educativas

Desde 1950 que as elevadas taxas de analfabetismo vigentes no Brasil eram uma preocupação constante para setores nacionalistas e de esquerda. Uma vez no poder, algumas alas militares viram na radiodifusão um caminho para combater a subversão e, ao mesmo tempo, promover a integração nacional. O resultado disso foi que, em 1965, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) solicita ao Conselho Nacional de Telecomunicações a reserva de 48 canais de VHF e 50 de UHV especificamente para a televisão educativa.

O número era dos mais significativos e poderia ter representado o começo de canais voltados para os interesses da população, a exemplo do que já acontecia em outras partes do mundo. Pouco depois do decreto ser publicado, Roberto Marinho começa a agir para reduzir sua eficácia. E, na prática, conseguiu seu intento. O decreto-lei nº 236, de março de 1967, se, por um lado, formalizava a existência das emissoras educativas, por outro criava uma série de obstáculos para que funcionassem. O artigo 13, por exemplo, obrigava essas emissoras a transmitir apenas “aulas, conferências, palestras e debates”, ao mesmo tempo em que proibia qualquer tipo de propaganda ou patrocínio a seus programas. Traduzindo: as TVs Educativas estavam condenadas à programação monótona e à falta crônica de recursos.

Como se isso não bastasse, o artigo seguinte fechava o cerco a essas emissoras, determinando que somente pudessem executar o serviço de televisão educativa a União, os estados, municípios e territórios, as universidades brasileiras e alguns tipos de fundações. Ficavam de foram, por exemplo, sindicatos e as mais diversas entidades da sociedade civil.

Dez anos após este decreto-lei, apenas seis emissoras educativas tinham sido criadas no país, número muito distante dos 98 canais disponíveis. As emissoras educativas não conseguiam avançar, esbarrando na legislação que lhes obrigava a viver exclusivamente do minguado orçamento oficial, ao passo que as televisões comerciais, em especial a Globo, experimentavam crescimento sem precedentes. Crescimento que contribuiu para cristalizar, em parcela da população brasileira, a convicção de que a emissora de Roberto Marinho era sinônimo de qualidade."







25 abril 2015

Os Homens sem Paz

I  - a próxima guerra
dos homens sem água
será pela mágoa
da Terra sem trégua
contra os homens sem garra
e sem guelra

II – a espada
na terra cravada
é cruz

a cruz
no pulso empunhada
é espada

III – pra vida uma ova!
de paz
precisarão os homens
pra cavar covas

23 abril 2015

Os Representantes do Capital e o Futuro Negro do Brasil

Nossa política, principalmente o poder legislativo, está tomada não pelo que deveria estar tomada, pelos representantes do povo, mas pelos representantes do capital, do lucro, do dinheiro. E ainda falam em ter esperança. Há quanto tempo vem sendo assim? Que futuro se assoma diante da nação brasileira, quando o poder que cria leis e as aprova é dominado pelos interesses das grandes corporações? Pelos interesses vergonhosos, criminosos, das grandes empresas, que não visam, nunca visaram e jamais visarão ao bem estar e desenvolvimento humano e planetário?

Alguém desconhece o real interesse, objetivo maior de uma grande empresa? Tão somente as somas cada vez mais volumosas de lucros, seja a que custo for, seja com a exploração e o sacrifício brutais dos brasileiros, seja com a perpetuação da ignorância, da passividade, do comodismo, do patriarcalismo, seja com entronização da mediocridade, seja com a promoção do consumismo predatório, que tem levado à rápido e monstruosa degradação de nossos recursos e ambiente natural.

É o que fica mais do que patente, absolutamente claro, escancarado, absurdo, inaceitável, com as duas últimas aprovações do Congresso Nacional, a saber, a nefasta lei da terceirização, que é a queima desaforada, diante de toda uma sociedade, das leis e direitos trabalhistas, e com a anistia ainda mais desaforada, concedida aos planos de saúde.

Pois é. Nenhum trabalhador, por mais pobre que seja, jamais terá uma dívida perdoada pelas instituições. Mas as operadoras de planos de saúde, que abusam do povo,desrespeitam seus direitos mais básicos, que são os da saúde e da vida, que com isso lucram bilhões todos os anos, tiveram suas DÍVIDAS DE MULTAS PERDOADAS, anistiadas, pelo Congresso. E sabem por que elas foram perdoadas? Porque são estas empresas, junto com o agronegócio, com as empreiteiras, principalmente, que financiam as campanhas políticas dos "representantes do povo". Ou seja, os "nossos representantes" têm o RABO PRESO. Sempre tiveram. E as pessoas continuam votando neles. E as pessoas continuam achando que seu deputado as representa. E estas mesmas pessoas continuam sendo fodidas. Por que mesmo? 


É como escreveu Fagundes Varela: "Não me fales da glória,/ Não me fales da esperança./ Eu bem sei que são mentiras/ Que se dissipam, criança."


21 abril 2015

Longe do Centro*

no meu vale
valho-me
do que está à margem
límpida e líbera
miragem
libertária

visionária
argila criadora
à beira
do que correnteza
intocada pela humana pata
apática
e rasteira

ou barro de margem de lago
de onde se molda o novo
o vasto
e o alto

dos centros
sempre distante
avante
aproximo-me
de meu ser central
e que deixe
à sociedade canalha
um banho de metralha

tudo vale a pena
se se cria
no que se extrema

arte
é o que (não) se vê
por dentro:

antes o longe
dos horizontes das margens
do que os enfeites do centro

*Poema reelaborado e republicado.

19 abril 2015

do Quando Morreste

quando morreste
(não que tiveste morrido)
nem soubeste
o que houveste vivo
ou que não és o que foste
e talvez nem foste
o que em ti te morreste:
tiveste sede
e sedeste

acabou-te o olhar
no antes do acima
(per)deste-lo abaixo
aos cachos em palmo
a palmo
do sonho enterrado
errado

agora
(con)tentaste
em varrer o teu pó
(es)correm-te astros
pelo (v)entre das coxas
e vomitaste nas mesas
em polentas certezas
as entranhas já roxas

e sorrias
como quem ainda ama
deixando à mostra
pelo céu da boca
uma pérola de ostra
e um (re)pasto de lama

e nem há arte
a falar-te

17 abril 2015

da Massa e da Máscara

I - a massa gosta de pão
e circo:
tem gosto por ser amassada
sovada
e depois andar de palhaço
com a cara branca de talco
sendo amestrada a chicote
em cima de um palco

II- desde criança
aprendemos a ler
...a escrever
...a lei da gravidade
...a fórmula de Bhaskara
e (principalmente)
a construir nossa máscara

III - a verdade
não é pra ser dita
nunca é bem-vinda
nunca é bem-quista
nunca é bem-dita
e ai dos que a digam
esses malditos

15 abril 2015

Dos Humanos Sonhos

os dois o’s
dos humanos sonhos
loucos longos
medonhos

esgotados
em sono torvo
dois o’s tortos
dois fossos
dois poços

demônios
de olhos em fogo
de horror
e desgosto

velórios
de dolor
e remorso
de bolor
e destroço

dois voos
de corvos:
os dois o’s
dos mortos

13 abril 2015

Morte dos Oceanos: "...por 3 mil milhas náuticas, não havia nada vivo à vista."


Recebo da organização Avaaz, o e-mail que segue:

"Ao retornar de sua última travessia no Oceano Pacífico, o navegador profissional Ivan Macfadyen trouxe um alerta assustador: 


'Estava acostumado a ver tartarugas, golfinhos, tubarões e muitas aves migratórias. Desta vez, porém, por 3 mil milhas náuticas, não havia nada vivo à vista.' 

Uma extensão do mar antes vibrante estava assustadoramente quieta, coberta de lixo. 

Especialistas chamam o fenômeno de colapso silencioso. Embora apenas poucos de nós vejam dessa forma, somos a sua causa: sobrepesca, mudanças climáticas, acidificação e poluição devastam nossos oceanos e dizimam espécies inteiras. Não é apenas a extinção de milênios de maravilhas e belezas, é também o impacto em nosso clima e em toda a vida na terra."

Isso quanto aos oceanos. Quanto aos rios, creio ser oportuno acrescentar a declaração do reconhecido fotógrafo profissional Sebastião Salgado (cuja obra é tema do filme "O Sal da Terra"), publicada no portal Sul21 (conferir aqui.):


“Matamos os nossos rios e as nossas florestas, e não há partido ou político que vá resolver isso sozinho”, atesta Sebastião Salgado. Para ele, o problema da crise hídrica brasileira é “de toda a sociedade. Todos somos seres políticos e temos responsabilidades sociais”.

As ações do fotógrafo de 71 anos vão além do discurso afinado. Desde 1998, ele e sua esposa, Lélia Wanick, mantém o Instituto Terra, responsável pelo plantio de mais 2 milhões de árvores em Aimorés, no interior de Minas Gerais. De acordo com Salgado, a falta de água tem sido mais sentida agora, “mas esse problema já vem acontecendo há muito tempo. Se estivéssemos cuidando dos rios e das florestas, não estaríamos tão dependentes das chuvas para encher os reservatórios”.

Os trechos acima, deixo-os para reflexão. Nosso futuro está se revelando um tanto sombrio. E torna-se ainda mais sombrio quando nós, humanos, negamo-nos a perceber a magnitude de sua sombra...

11 abril 2015

de Otimistas e Pessimistas

I - otimista é aquele
que ao olhar para um céu ensolarado
enquanto cai um avião de passageiros
vê somente o sol

II
– acreditar na humanidade
é desconhecer-se

III
– pessimista é aquele
que ao olhar para o mar em tempestade
entende que o mar só é grandioso
porque nele há também Terror

09 abril 2015

Sono Sanguíneo (ou A Propósito de Chopin)

líquido violento de tormenta
que escorre dos vales em urgência
vinho vivo em meu passo à beira

sou daqueles
que passam às margens do tenso
denso as miragens que olhos
e sempre um símbolo -beijo
de humanidade morta

despenca-me furiando
em cílios convulsiona-me
um sei que se apaga
no morrêr-do-sol

durmo a lua febre
pelo pulso de um cigarro
no noctâmbulo do que me existo
em finais ocasos violino

durmo após o mundo
no pânico da ânsia em charme
para acordar nos melan-cólicos
músico-sanguino-glóbulos
do que vem abraçar-me

07 abril 2015

Sartori em campanha: "priorizar a educação". Sartori eleito: corte de 20% na educação, saúde e segurança

Hoje foi dia de manifestações e reivindicações do CPERS. Minha contribuição é realizar a comparação a seguir. O que prometia Sartori durante a campanha política e o que efetivamente fez nos seus primeiros 100 dias de governo.

Durante a campanha: "Nesta quinta-feira, José Ivo Sartori participou do programa Pampa Meio Dia, da TV Pampa. O candidato da coligação O Novo Caminho para o Rio Grande falou sobre temas essenciais para que o Estado volte a ser referência nacional. Sobre a educação, Sartori afirmou que, se eleito governador, irá priorizar a área, pois é através dela que se formam cidadãos de bem e que irão garantir um futuro de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul." É só conferir aqui.

"Muy lindo", como diriam nossos hermanos. No entanto, depois de eleito, no dia 19 de março, Sartori se mostra outra pessoa, nada simpática, e decreta  corte de banais 20% na Educação, Saúde e Segurança, ou seja, somente nas áreas de pouca importância, como se percebe. Nas consultorias, por exemplo, pagas a empresas privadas, o que é elemento de primordial importância para o povo gaúcho (imaginem um governo sem consultorias! chega a ser indecente!), Sartori não cortou um centavo. 

Olhem só o Sartori depois de eleito:

"O governador José Ivo Sartori (PMDB) decretou cortes de 20% nas secretarias, entre elas as que mais impactam no orçamento estadual: Segurança, Saúde, Educação e Transporte." Conferir aqui.

Agora imaginem se educação não fosse prioridade...

05 abril 2015

da Vida Prática


poesia é arte,
e é, portanto, inútil,
só tem uma função:
provar que somente vale a pena
o que for arte

II
as pessoas
da vida prática
são tão práticas
que se dedicam a resolver
todas as coisas

mas nada 
há de prático nisso
pois nada nunca se resolve:
a única resolução é a morte
quem resolve não vive

a vida é o oposto:
viver é não resolver
e não resolver-se


03 abril 2015

E o Resto é Fim

deixo o verso
que ele saia
sem que eu pense em nada
além de pensar

o verso nada tem a ver do que penso
a arte que por ele passa
vem de um outro todo
que nem tenho
vento que se vaga não comigo
lago que se nada no não-dito

deixo que passe
o que se passa por mim
por que não importa
aquilo do que sinto
e o que corre
no sangue do que tenho
de que vale o vale que me afundo?

o verso é vasto longo e fundo
vai muito além
do que nem está em mim:
por que querer
que ele fale de um eu?
por que o verso
tem que ser o que é meu?

02 abril 2015

De meu Livro

O poema acima, publicado na edição 67 do Caderno Literário Pragmatha, cujo tema é "Parto", está incluído em meu livro "Poemas do Fim e do Princípio", publicado em 2010. Clique sobre para ler.


30 março 2015

O Triunfo da Morte, de Bruegel, e a 1ª Guerra Mundial

O quadro, "O Triunfo da Morte", pintado por Pieter Bruegel (O Velho) em 1562, é e sempre foi uma das minhas telas preferidas. Bruegel e Bosch, sobretudo Bosch, dois pintores holandeses famosos por suas criações altamente bizarras, originais e imaginativas, fascinam-me sobremaneira. De certa forma, há algo em suas "visões" que antecipa o caos, os absurdos e as catástrofes  que aguardariam a humanidade no século XX. Não é à toa que são considerados prenunciadores, com 4 séculos de antecedência, do Expressionismo e do Surrealismo modernos.


O quadro "O Triunfo da Morte" seria, segundo estudiosos, uma representação da desolação causada na Europa pela gigantesca epidemia de Peste Negra durante o final da Idade Média, que dizimou cerca de um terço da população europeia da época. Porém, se formos analisar os detalhes da obra de Bruegel, percebemos que os cenários estão muito mais para uma destruição causada por uma grande guerra do que por uma epidemia, que, teoricamente, não destruiria o ambiente natural, apenas o homem e, como consequência, suas cidades. Pensando nisso, realizei abaixo uma comparação entre um detalhe de "O Triunfo da Morte" e entre imagens da destruição causada pela 1ª Guerra Mundial (1914-1918). 










27 março 2015

Falta-nos Humanidade?

falta-nos humanidade
ou humanidade é o que é?

o homem é isto
ou homem é o que não se foi?

alcançamos o ser humano
ou o ser humano
é um projeto não realizado?

ou ser um humano
não é um projeto para todos?
(a humanidade é o meio...?)

só se tornam humanos
os raros sobrehumanos?



25 março 2015

da Nova Peste Negra

I - Degradação
as pessoas
com mais nada se chocam
essas galinhas chocas

II – Radar
o derradeiro
rodar da Morte
a render seres humanos
e a rondar a humanidade

III – Risco
as formas de vida
em risco
e em breve na vida
um risco

* Na imagem, a imortal tela, "O Triunfo da Morte", de Pieter Bruegel


23 março 2015

Luís Carlos Heinze e Kátia Abreu unidos contra direito de escolha dos brasileiros

O lobby ruralista do Congresso Nacional não desiste de retirar mais um direito conquistado pelo brasileiro: o de poder escolher, graças à rotulagem obrigatória, entre alimentos transgênicos  e alimentos normais. O deputado Luís Carlos Heinze do PP, famoso por suas declarações infelizes e pelo seu suposto envolvimento no "esquema do Lava-Jato", e a atual ministra da agricultura, Kátia Abreu (um dos atos mais lamentáveis do governo Dilma), estão com seus projetos para pôr fim à rotulagem dos transgênicos e afundar os brasileiros na ignorância ainda maior sobre o que estão comendo.  Ou seja, querem que compremos gato por lebre.

O Heinze já tentou aprovar seu projeto, mas fracassou, o que não significa que ele tenha desistido:



O PL Heinze, que prevê a não obrigatoriedade de rotulagem de alimentos que possuem ingredientes transgênicos independentemente da quantidade entra e sai da pauta da Câmara. 
Dia 29 de abril de 2014 o PL voltou a pauta por conta de uma manobra parlamentar. Um outro projeto de lei, sobre a separação de produtos transgênicos em prateleiras de estabelecimentos comerciais (cópia de uma lei estadual de São Paulo) entrou em pauta e o PL Henize voltou para a ordem do dia, por estar ligado a ele. Felizmente, graças a mobilização de organizações, consumidores e consumidoras ele não foi votado novamente. 
Mas, caso o projeto de lei seja aprovado, corremos sério risco de saúde, pois compraremos alimentos como óleos, bolachas, margarinas, enlatados e papinhas de bebê sem saber se são seguros ou não. Atualmente, cerca de 92,4% da soja e 81,4% do milho do País são de origem transgênica. É essa produção crescente e acelerada que leva para a mesa do consumidor um alimento disfarçado ou camuflado que não informa sua real procedência. Nós, consumidores, temos o direito à informação (artigo 6º do CDC) sobre o que estamos adquirindo ao comprarmos e consumirmos um produto.

Retirado daqui.


E a nossa simpática ministra também entra com força nessa luta infame:


Lobby da bancada ruralista, a proposta, de 2007, pretende acabar com a obrigatoriedade de rotulagem especial para alimentos e ingredientes alimentares, tanto para humanos como para animais, que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGM), mais conhecidos como transgênicos.

Para isso, o projeto susta a aplicação do artigo 3° do Decreto 4.680, de 2003, que regulamenta o direito à informação ao consumidor garantido pela Lei 8.078, de 1990, que dispõe sobre a proteção do consumidor, bem como da Portaria 2.658, de 2003, do Ministério da Justiça, que regulamenta o artigo 2° do Decreto 4.680. Também de 2003, esse decreto disciplina a informação relativa a alimentos e matérias primas para o consumo humano ou animal que contenham transgênicos sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis.O PL de Kátia Abreu voltou a tramitar .

O Brasil possui atualmente 37 OGM liberados comercialmente, sendo quatro espécies diferentes de plantas (soja, algodão, milho e feijão), um mosquito (usado para combater o mosquito transmissor da dengue), 14 vacinas de uso animal, além de duas leveduras que combinam tecnologia transgênica e biologia sintética, ainda sem marco legal específico. Recentemente, milhões de mosquitos transgênicos continuam sendo liberados no ambiente no município de Juazeiro, na Bahia, em um experimento a céu aberto, afetando a população, apesar de não se poder ainda dimensionar seus impactos à saúde humana e ambiental.


Retirado daqui.

Enquanto na Europa as empresas dos transgênicos, como a Monsanto, estão sendo expulsas de vários países, aqui, não só são muito bem-vindas, como ainda são beneficiadas com leis que retiram direitos dos cidadãos. E a isso chamam de progresso.

21 março 2015

Em Nome de Bach - aos 330 anos de Johann Sebastian Bach (21 de março de 1685 - 28 de julho de 1750)

Bach nosso que estais nos sons
interpretadas sejam as Vossas notas
venham a nós os Vossos concertos
sejam erguidas  as Vossas cantatas
assim nas casas como nas almas

a Paixão nossa de cada dia
nos elevai hoje
perdoai as nossas supérfluas
assim como nós perdoamos aos que não têm te ouvido
e não nos deixeis ouvir música em vão
mas ensinai-nos a amar

em nome de Bach
de Beethoven
e de Johannes Brahms

Amém.


Dedico este poema a minha amada Patrícia, uma fã de Bach.

19 março 2015

(H)à Noite

em cada noite
há um segredo
de olhar e medo
não-igual
ao da noite anterior
em cada noite
há uma espera maior
no mistério
do que ainda é cedo
em cada noite
há um termo
sem termo
que pode ser término
ou início
e lá o céu
pode ser céu
ou precipício
e a estrela
pode Sê-la
ou ser só
estrela
distante
que em cada noite
há um fatal
e um adiante

cada noite
pode ser a primeira
de uma nova vida
que pode ser vivida
ou sonhada
que pode ser na Terra
ou Tudo ou Nada...

17 março 2015

Divina Ironia

I

pensei,
ondeando os olhos
de Marya:
será que na  Luz
também há ironya?

II

ouro de tolos
presente aos inimigos
dádivas aos não-pedidos
e carne para os cervos

a Verdade
dá nos nervos

III

o mais de vida na vida
é a vida devida
ou a devida vida?

IV

nada de sina mágica:
só ilusório ótico.
não entendeste?
ótimo