19 novembro 2011

Pelo Pior é Melhor

só quem espera pelo pior
mantém-se incólume
na serenidade da espera
e preparado caso o melhor não venha...

mas quem o que é pior desdenha
e só aceita esperar o melhor
caso for o pior o que vir
(e vê como o pior gosta de se ser...)
verá como é prazeroso
ao que é destino
de na cara lhe rir...

só quem espera pelo pior
já subiu o degrau acima da decepção
e mantém impassível
a necessária espada afiada
em sua imperturbável mão...

só quem espera pelo pior
conhece a fundo o coração humano
e jamais deixa de estar atento
em todo e qualquer momento...

aquele que o pior espera
torna-se o melhor
amigo
da impiedade do olhar da fera


18 novembro 2011

A Tragédia da Hidrelétrica de Belo Monte

Parece o nome de um conto. Antes fosse. Sobre essa tragédia, quase nada tenho a dizer, apenas isto: 

Observem, senhores e senhoras, o ponto a que chegamos. Temos que destruir nossa própria casa, para podermos viver. Tudo porque nunca nos preocupamos em investir em um desenvolvimento sustentável. E continuamos não nos preocupando. Estamos consumindo nosso própria casa. Esse é o fato. Incontestável.  É como começar a queimar os móveis e as paredes da casa para manter aceso o fogo da churrasqueira. Um dia a casa cai. É ou não é? 

Lembrando: a usina inundará 400.000 hectares de floresta, expulsará 40.000 indígenas e populações locais e destruirá o habitat de inúmeras espécies.


Para ilustrar, deixo duas coisas tristes, o meu poemeto abaixo e a foto acima, melhor que o meu poema. E mais triste.

do Perfume

o perfume dos novos tempos...

sem fadas e sem palmas
(só o miasma dos cadáveres das almas)
horrores onde minhas narinas ponho
(flatulências fermentadas do teu sonho)
longínquas de inocências de criança...
(o fedor da carniça da esperança...) 

17 novembro 2011

Extraneus Volume 3 - Em Nome de Deus

Em Nome de Deus é como se chama o 3º Volume da série Extraneus, para o qual escrevi o prefácio. A Extraneus é uma coletânea de contos de diversos autores brasileiros reunidos a partir de determinados temas. a série é publicada pela editora mineira Estronho, sob a responsabilidade do escritor Marcelo Amado.

O Volume 3, como o próprio nome indica, apresenta trabalhos que exploram a questão dos horrores e crimes que foram e são cometidos em nome de Deus. Que mal o homem é capaz de fazer tendo como motivação uma suposta divindade? E que direito teria o homem de agir em nome de um deus? Os contos reunidos em "Em Nome de Deus" nos apresentam diferentes aspectos de tais questionamentos, vale muito a pena conferir.

O livro está em pré-venda e será lançado no dia 10 de dezembro de 2011. Maiores informações, aqui.

16 novembro 2011

Lições da Poeira

vê como tudo se perde
por entre os dedos
do que não vemos
vê como tudo se verte
por entre a vida
que nem é vista
e a água que corre
(como se fosse num porre)
nem percebemos
que já é areia
(poeira...)

quando vê-se que é
o que é já se foi
estamos sempre
um passo atrás
daquilo que passa
só somos
(só somos...)
quando nem é mais
e parece que morrem
antes que o corpo
as nossas almas
até então imortais
mas só de areia
(poeira...)


e o que sobra
é o papel do que fomos
aquela superfície maquiada
o pó da face
plastificada
e ficam então as pessoas
sendo um móvel
de belo verniz
mas que por dentro
(num carcomer lento)
os cupins o deixaram em lasca...
aquelas pessoas
ainda vivas
que da beleza que tinham
só restou a casca
um balde vivo de poeira
castelos
de areia...

14 novembro 2011

Cuidado com as Frases Falsas da Internet

Observem a citação abaixo:

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." 

Isso é atribuído a Fernando Pessoa. Mas o maior nome da literatura portuguesa ao lado de Camões nunca escreveu tais frases, não está em suas Obras Completas. Foram atribuídas falsamente a ele. Na verdade, a citação está no livro "Qual o tempo do cuidado?" de autoria de Maria Júlia Paes de Oliveira. Nunca li o livro, nem pretendo ler, nem sei quem é a senhora.

E eu já vi a mesma citação acima sendo atribuída a Fernando Sabino e até a Baudelaire. Coisas como essas se difundem facilmente pela internet. Obvio que o gênio de Pessoa jamais escreveria algo tão lugar comum, medíocre e água-com-açúcar. Nem mesmo Fernando Sabino o faria. Muito menos o maldito Baudelaire.

E claro que a citação é apenas um exemplo. Há centenas, talvez milhares, de outros que se espalham como praga, devido à preguiça de ler das pessoas. Querem colocar frases de efeito em suas redes sociais, facebook, twitter, enfim, e, ao invés de ler o livros, buscam frases prontas pela internet.  Fernando Pessoa, Baudelaire, Shakespeare, agora aparecem assinando  ridículas frases de autoajuda.

Bem, vou encerrar deixando alguns versos autênticos de Fernando Pessoa:


"Se tudo o que há é mentira.
É mentira tudo o que há.

De nada nada se tira,

A nada nada se dá."

13 novembro 2011

E te Curvarás...

estás na estrada
e terás que fazer a Curva...
mas não sabes quando virá a Curva
nem de onde a estrada veio
nem para onde a estrada irá
mas estás na estrada
e terás que fazer a Curva...

e a estrada em que estás não conheces
ou conheces mas não lembras da estrada
muito menos lembras da Curva
mas depois da Curva
o que virá?

virão planícies ou tempestades
lagoas ou acidentes
florestas ou precipícios...?
ou será que a estrada
acaba
depois da Curva?

sim, porque estás na estrada
e terás que fazer a Curva...
mas cuidado ao fazê-la
ao temê-la
ao dizê-la
ao pensá-la
ao sorri-la
a Curva é sempre perigosa
e não sabes que Curva é aquela...

mas quando fizeres a Curva
(e terás que fazer a Curva)
te curvarás.

11 novembro 2011

Sinfonia do Horror

o estertorar dos estômagos famintos
aquele gemido baixo da fome
a lágrima que escorre muda
entre o choro abafado dos desesperados
os litros de sangue derramados
entre os tiroteios dos campos de batalha
os corpos despedaçados pelas granadas
uma bala estourando uma cabeça
as vísceras espalhadas por entre o pó da terra
um dois três quatro cinco seis
sete oito nove dez
soldados fuzilados de uma só vez
os urros dos tigres sendo massacrados
a queda dos  milhões de bisões
exterminados nos Estados Unidos
o roçar das folhas de toda uma floresta ao chão
o arder das queimadas por entre as árvores
os gritos dos que morrem queimados
as bombas atômicas sobre o solo japonês
as mentiras proferidas nos plenários
nas tribunas nos púlpitos nos congressos
o amargo protesto inútil dos injustiçados
o revólver disparado a queima-roupa
a mulher espancada no rosto e nos seios
a pele sendo retirada de gatos e cachorros vivos
a água negra e podre pelo leito do rio Tietê
os olhos dos coelhos sendo perfurados
para o necessário progresso da ciência
os pesticidas vaporizados pelos campos
o canto de uma ave com câncer na garganta
o desabar de prédios explodidos
um ataque aéreo sobre as selvas do Vietnã
uma criança sendo estuprada
os suspiros de quem está só
e até o silêncio desolado
das regiões que viraram deserto...

todas essas coisas
produzem o seu próprio som
e não cessam
de atormentar a minha audição
quando me recordo
que definitivamente nunca
a humanidade aprenderá a lição...

09 novembro 2011

Sarcástico

...nada
é o Tudo que o Todo nos dá
quando a garganta é ao máximo erguida
e a esperança é ao extremo elevada:
se suplicares alto demais
deixarás os anjos surdos
e o próprio ato de pedires
é um absurdo entre só absurdos

quando se pensa a vida
como já arquitetada
o sonho se torna caduco
e caem-lhe os dentes da boca
e toda essa grave promessa da sorte...
haha! a promessa é uma panela oca
trazida nas mãos debochadas da morte

o Sol que se levanta todas as manhãs
traz sim o seu sorriso
implacavelmente sarcástico
e o seu amor pela Desilusão
já se tornou um caso clássico...

pega um pouco de água
daquela poça podre da estrada:
terás que fazer uma sopa
com as letras já duras e secas
da felicidade
imagi...
nada...

08 novembro 2011

Dirigir embriagado é crime. Tudo bem. Mas por que não tornam mais rígidas também as Leis Ambientais?

Querem endurecer as leis, dizem, de proteção à vida. Por isso, aprovaram a Lei do Desarmamento. Eu fui contra. Para mim, não mudaria nada. E a prova está aí. Mudou alguma coisa com relação à violência? O Brasil nunca esteve tão violento. Agora, é considerado crime dirigir embriagado. Certo, tudo bem, não sou a favor da pessoa beber e dirigir, principalmente se a pessoa for viajar. Beber antes de viajar é um absurdo. O problema é que há muitos exageros e pontos controversos nessa lei. E, quase sempre, como tudo no Brasil, são os pobres os que mais pagam. Os filhinhos de papai pagam bons advogados e, geralmente, livram-se das penas.

Mas o que quero falar, aliás, repetir o que já disse aqui, é: Por que não tornam mais rígidas também as Leis Ambientais? Se querem tanto defender a vida... Eu não entendo. E fizeram pior, eles amoleceram as leis ambientais. O Novo Código Florestal não passa de um afrouxamento vergonhoso das leis que protegem a nossa fauna, a nossa flora, a nossa terra. Leis de Trânsito mais duras, Leis Ambientais mais brandas. Querem defender a vida... Ou será que querem defender o bolso? Arrecadar mais com multas de trânsito, e poder explorar e destruir o meio-ambiente com a liberdade (libertinagem) que sempre fizeram. 

Uma pessoa que carrega uma arma que ganhou de herança ou alguém que dirige na cidade com o índice de álcool no sangue levemente acima do permitido pode ser preso. Ok. Agora, um criminoso que devasta quilômetros e quilômetros de floresta virgem, acabando com centenas, milhares de animais, empresas que poluem descaradamente nossos rios, imbecis que infestam de agrotóxicos nossas terras, os cafajestes traficantes de animais, enfim, toda essa corja de destruidores do planeta, quais as penas que sofrem? Pagam uma multinha, quando pagam, e continuam destruindo. Segundo pesquisas do IBAMA, em  mais de 80% dos crimes ambientais, as multas nem chegam a ser pagas. E em mais de 90% dos crimes ambientais passíveis de prisão, os criminosos ou nem chegam a ser presos ou têm a pena comutada e acabam livres. E querem defender a vida...

A legislação ambiental vigente prevê de seis meses a um ano de prisão para quem transporta espécimes da fauna silvestre sem permissão, mas a mesma regra diz, em seu artigo 7º, que o criminoso só ficará detido se for condenado a mais de quatro anos de encarceramento, o que não acontece ainda que a maior pena seja aplicada.


Estão vendo, meus amigos? De 6 meses a 1 ano para quem trafica animais. E a pessoa nunca vai presa. Mas se os senhores forem em um churrasco entre amigos, tomarem duas garrafas de cerveja e vierem dirigindo para casa, coisa que todo mundo faz ou já fez, se houver uma blitz da polícia, os senhores podem pegar até 3 anos de cadeia. 

Lembram daquela empresa de Passo Fundo que jogou toneladas de veneno no Rio dos Sinos, matando toneladas e toneladas de peixes? Ninguém lembra mais, não é mesmo? Pois é, os responsáveis estão em liberdade. E    por aí vai. Há milhares de casos como esse no nosso país. Mas querem defender a vida...


Enquanto isso, o estúpido relator do Novo Código Florestal, o senhor Aldo Rebelo, agora é Ministro dos Esportes, e está lá, tentando "endurecer" o ministério. Mas o Código Florestal ele deixou mais frouxo. E seu partido, cada vez mais de corpo mole no meio da corrupção. O PCdoB. Partido Comunista do Brasil. Tão corrupto quanto PP, Dem, PSDB, enfim, são todos farinha do mesmo saco. O Brasil é mesmo é uma piada. É. E  ponto final.

05 novembro 2011

Sobre o Sangue

construí meu verso sobre o sangue
derramado duro na nua terra aberta
coagulado sangue seco pelo pó da enxada
que deserticamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
de água morta em rio derramado humano
sangue viscoso-negro entre a beira acabada
que poluidamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
de seiva-lágrima em derramada queda
esverdeado sangue de vastidão tombada
que devastadamente escorre...

construí meu verso sobre o sangue
do guará atropelado pelo horizonte
sangue vivo-lago derramado das estradas
que extintamente escorre...

meu verso é só um castelo de nada
construído nos ares de tudo que morre...

03 novembro 2011

Não Gosto de Praia

Como o verão se aproxima, e o pessoal já anda pensando em pegar uma praia, eu, que sou chato e do contra, vou republicar este poema, escrito ano passado. O poema sofreu algumas alterações, para melhor, creio eu. 

Não Gosto de Praia


não gosto de praia
da praia infestada
de vazio humano
tal praia
é a profanação do mar

busco
o oculto da sanga
entre o escuro do mato
como é escuro e oculto o destino
do que há no meu olhar...

com os restos
do sopro livre da minha alma
quero o que restou
do vento livre destes campos:
o meu peito que nada espera
busca os capões brabos
peraus de cobras
onde há mosquitos
da febre amarela

dentre as  várias
febres que me consomem
consegui me vacinar contra uma delas:
contra o homem.
por isso
meu coração é uma tapera
e irei sumir-me pelos banhados
com os mistérios
que em mim somem
liberto de tudo que não
quero me perder
por entre sapos
e berros de gavião

até que se forme
a ventania ao som de clarim
cumprir-se-á então
o que já está cumprido
do começo ao fim

02 novembro 2011

Final de Sinfonia

tudo ao mesmo tempo agora
tudo o que já foi
sendo outra vez como não foi
sendo em tons mais abaixo
entrecruzando-se em escalas mais graves
mais graves
mais baixas
a humanidade agora
é todas as humanidades
e ao mesmo tempo
ao mesmo tempo
não é humanidade alguma
é todos os ideais e todas as ideias
e sendo todas não é nenhuma
vê como tudo que foi feito
tende a ser feito outra vez agora
mas não em um após o outro
mas em um sobre o outro
convergindo e convivendo
feito de forma que se desfaz
para acabar finalmente não sendo

há de tudo hoje pelo humano mundo
mas esse tudo torna-se um nada
que não leva a mundo humano algum...

a humanidade é agora todos os seus temas
que foram a sua história
todos os temas
ao mesmo tempo agora
toda a orquestra
tudo o que já foi tocado
tudo foi tocado e nada resta
como o final de uma sinfonia
o final de uma sinfonia
tragicamente
vazia...

31 outubro 2011

Jogo de Carta

já estou acostumado
com tudo aquilo que se fecha a porta
e que mais já nem bem me importa
já estou acostumado
com tudo isso por toda parte
e todas essas passadas que passam
e que é muito cedo e que é muito tarde
já estou acostumado
com tudo aquilo que do porto parte
e mesmo nem tem bem sentido
tudo o que fique ou que falte
ou o de que um dia
eu de repente tente
ou de algum instante cante...

já estou acostumado
com tudo aquilo que daqui me aparta
que de um momento o vento...
e já nada mais me infarta...

e o raio que o parta.

28 outubro 2011

O Homem que Não Sentia (FINAL)

- Bem, mas aí tu estás levando a um ponto extremo...

- E por que não levar ao extremo? Sempre há um extremo em tudo, não? Talvez somente atingindo o extremo é que se poderá sofrer o choque necessário para que tenhamos a noção do estado em que chegamos. Um ponto máximo. Posso vir a ser este ponto máximo. Por que não? Mas não serei muito diferente do restante da humanidade. Observa bem, Renato. A grande maioria das criações humanas dos tempos atuais nos leva à mecanicidade, acaba, de um jeito ou de outro, levando-nos à mecanicidade de forma intencional ou não. Desde os computadores e a internet que nos afastam do convívio social direto, do calor do contato humano, passando pela frieza dos televisores, até atingir a qualidade da arte produzida em nossos dias, músicas mecanizantes, literatura superficial, enfim, tudo nos leva a deixar de sentir, ou, se sentirmos, é na superfície, não passa de um sentimentalismo ridículo, efêmero, que passa sem deixar verdadeiros resultados. Sem que haja qualquer modificação de fundo. Entendes o que digo?

- Sim, eu entendo, teus argumentos são legítimos, mas não acho que devemos aceitar as coisas dessa forma... Por que tu tens que cultivar essa frieza se tu a reconheces como sendo negativa, segundo se depreende do teu discurso? Melhor seria reagir.

- Reagir para quê? E de que maneira? Os que reagem são esmagados pela mecanização da sociedade. Há um padrão a ser seguido. Quem não o segue, é descartado. Mas eu não pretendo simplesmente seguir o padrão. O que eu desejo, como já disse, é extremá-lo, e jogar na cara de todos. Eu quero ser o pior. A criação mais doentia e monstruosa dessa civilização decadente.

- Meu Deus, Vagner, o que houve contigo? Eu simplesmente não sei mais o que te dizer...

- Então não me digas nada, será bem melhor assim! Estou cansado, exausto das pessoas me dizerem coisas, todas elas sempre inúteis, falsas, hipócritas, egoístas, belas palavras disfarçadas em aparentes bondades, mas apenas mais uma expressão sorridente da frieza mecânica, robótica e imbecil que se irradia como um câncer do olhar de cada ser humano. Olha no olhar dessa gente, Renato.  O que tu verás lá? Nada, apenas um vazio fétido. Cada vez que toquei na mão de cada pessoa, absorvi dela essa estúpida frieza insípida, essa morte em vida. E agora me torno a própria frieza. Em pessoa. Essa é a minha lição. Essa é a minha obra.

- Não acredito que tu sejas isso...

- Se eu te matasse, acreditarias?

- Tu não farias isso, é meu amigo... claro que não farias...

- Tens razão em uma coisa e te enganas noutra. Sim, eu não faria, mas não porque sou teu amigo, não o sou mais, não mais. Não sou amigo de ninguém, e assumo o fato. Não te mato porque isso não seria inteligente da minha parte. É óbvio que dessa forma eu iria para a cadeia. Só por isso não descarrego minha arma em ti. Mas não que seja pelo motivo de alguma afeição minha com relação a ti.

- Bem, ok, Vagner. Ainda não consigo acreditar em tudo isso, ou é uma brincadeira de mau gosto, ou tu enlouqueceste definitivamente. Mas creio que devo ir embora, acho que já estou incomodando.

- Não, incomodando não. Na verdade, tua presença pouco me importa.

- Sim, entendo. Até mais, Vagner. Só posso dizer que... sinto muito...

- É? Eu não.