02 novembro 2011

Final de Sinfonia

tudo ao mesmo tempo agora
tudo o que já foi
sendo outra vez como não foi
sendo em tons mais abaixo
entrecruzando-se em escalas mais graves
mais graves
mais baixas
a humanidade agora
é todas as humanidades
e ao mesmo tempo
ao mesmo tempo
não é humanidade alguma
é todos os ideais e todas as ideias
e sendo todas não é nenhuma
vê como tudo que foi feito
tende a ser feito outra vez agora
mas não em um após o outro
mas em um sobre o outro
convergindo e convivendo
feito de forma que se desfaz
para acabar finalmente não sendo

há de tudo hoje pelo humano mundo
mas esse tudo torna-se um nada
que não leva a mundo humano algum...

a humanidade é agora todos os seus temas
que foram a sua história
todos os temas
ao mesmo tempo agora
toda a orquestra
tudo o que já foi tocado
tudo foi tocado e nada resta
como o final de uma sinfonia
o final de uma sinfonia
tragicamente
vazia...

8 comentários:

Alberto Ritter Tusi disse...

Foda!

Vampira Dea disse...

E pergunto: Será isto harmonia ou o começo do fim

Unknown disse...

Fantástico!

"O final de uma sinfonia tragicamente vazia," Desfecho de ouro para um poema também de ouro.

Beijos

Mirze

Alma Mateos Taborda disse...

¡Qué maravilla de poema! Y cuánta verdad encierra. ¡Brillante! Te aplaudo. Un abrazo

NVBallesteros disse...

Excelente poema... como saber cual es el principio y cual el final cuando se esta vació....


Besos

Lucas Repetto disse...

Bela dispersão palavrótica.

Milton Ribeiro disse...

Concordamos em (quase) tudo. Um dia te conto como vou à praia. E vou. Raramente, mas vou.

Al Reiffer disse...

Agora fiquei curioso, Milton...