quem dera
deixar um algo
última verdade tóxica
como se fosse um resto de trago
no sujo fundo de um vaso
ou a brasa de um cigarro
inflamado
sendo sangue cuspe catarro
quem dera tirar um sarro
amargo
deixando um algo
manejado à foice
avançando à bala
um tapa um soco ou um coice
um vasto travo de droga
espuma do que se afoga
antigo cheiro de ópio
ao largo
mijo e baba de sapo
peçonha e saliva de cobra
um frasco negro de coca
e uma alta dose no sangue
de sal...
quem dera deixar um algo
verdade última e tóxica
que te acordasse
e te fizesse mal
4 comentários:
Envenenado!!
Muito bom. Amei!!!!
Palmas!!
beijos!!
Uau!!! Verbos em brasa, bem massa, rapaz!
Beijo.
Poema de palavras rasgadas;
tenho apresso!
O ritmo forte e a escolha das imagens tornam o poema intensíssimo. Parabéns!
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