quando ouço aquela sonata de Schubert
um cavalo vem bater na minha porta:
sinto que estou me insanecendo...
tenho que estranhar o peso
dos olhares dos sapos
enquanto escrevo poemas (que) não-sãos.
antes eu fosse aquele conto de Poe nunca-lido
ou um silêncio desolado de flauta na mata na tarde
tão tarde...
aquele detalhe de um quadro de Bosch
não me sai mais do meu pesadelo
e do meu sonho como sol cada vez mais ao norte
um vento que nunca foi visto
ou grande ave que plana em correntes
antes fosse...
carta com selos vermelhos
quem foi que me deste há final?
...planeta por trás dos espaços
e a ponta de um dedo em meu dedo
que não leu meu sinal...
9 comentários:
Absoluto!
Por não podermos ser tudo o que almejamos, escrevemos como se fôssemos.
Abraços!
Um desalento... um vazio... uma esperança vencida... é o que me passa de forma envolvente, seu poema entre o que não foi e o que deveria ter sido... a loucura da lucidez... um nada tão denso como se tudo coubesse nele...
Bejos.
PS: Vc aceitaria um selo? Passe no meu blog e veja-o. Se vc o aceitar, eu o indico.
Beijos, outra vez... rsrsr
A dor angustiante de ser poeta. Entendo-te muito bem.
http://terza-rima.blogspot.com/
Olá Reinner, esse seu brilhante poema fala por si só... a exemplo das belas e inesquecíveis telas de Bosch.
Parabéns, poeta telentoso!
Um abraço amigo.
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam"
Quintana.
nada como um poema que simplesmente existe, rico em sentimento e sensações.
http://terza-rima.blogspot.com/
Meu querido Poeta
Sente-se o absoluto nos seus poemas que são-sãos.
Adorei.
Beijinhos
Sonhadora
Flutuei até aqui para...
agradecer...
a sua presença...
em meu Nat King Cole...
Beijos...musicais...
Leca
Sonatas, sinestesias e imagens tecendo bela composição.
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