O trecho a seguir faz parte do texto A Era da Maldade, que escrevi e publiquei em outubro de 2018. O trecho reflete perfeitamente o que estamos vivendo hoje com a catástrofe dos incêndios florestais criminosos, causados na maior parte pela mão humana. A própria PF está investigando 5 fazendeiros (CINCO!) suspeitos de iniciar os incêndios para fazer pasto e lavouras. Que direitos esses ecocidas acreditam que têm em cometer tal atrocidade contra a nação?
"O egoísmo também nos fala do lucro a qualquer custo. O custo é mais e mais destruição ambiental e exploração do trabalho humano. Vivemos uma nova era da impiedade e do medo, da ausência de compaixão e de solidariedade. Nosso coração morre a cada dia. Voltamos à era da redução das áreas de preservação ambiental, do massacre dos povos nativos, da liberação da caça e da aniquilação da vida selvagem, pois isso não tem valor para o neoliberalismo, a não ser o valor financeiro. A poluição desenfreada não terá limites, a vida será cada vez mais subjugada pelos meios de produção. Vivemos a era em que os recursos naturais, desde campos, florestas, até a água ficarão nas mãos de muito poucos, assustadoramente poucos."
O texto completo pode ser lido aqui .
16 setembro 2020
A Era da Destruição
13 setembro 2020
Quais as Causas das Queimadas Catastróficas no Brasil?
Afinal, quais as causas das queimadas catastróficas e sem precedentes na Amazônia e no Pantanal este ano?
1) O Aquecimento Global, que vem mostrando seus efeitos com cada vez mais força em todo planeta, e cuja origem principal é a ação humana, em particular a poluição e o desmatamento.
2) O clima anormalmente seco em grande parte do Brasil, que é intensificado pelo desmatamento. A retirada da cobertura vegetal, a qual se intensificou sob o desgoverno Bolsonaro, causa a perda da umidade da terra, que, por sua vez, diminui a formação de chuvas.
3) A ganância aliada à ignorância e até à maldade faz com que fazendeiros, principalmente, se aproveitem da estação seca para pôr fogo na vegetação a fim de "limpar" a terra para em seguida ocupá-la com soja e/ou gado. Essa ação, criminosa em tempos de seca, gera um avalanche de queimadas incontroláveis. E muitas dessas queimadas não são em propriedades particulares, mas em reservas patrimônios do povo brasileiro.
4) A política ambiental catastrófica do desgoverno Bolsonaro que, além de incentivar o desmatamento para a produção agro e para a mineração, tem desmantelado e sucateado toda a estrutura dos órgãos ambientais, deixando de aplicar as verbas previstas para este ano, dificultando trabalhos de fiscalização do IBAMA e tirando da chefia dos órgãos profissionais capacitados para colocar militares que não sabem o que e como fazer. O Ministério do Meio Ambiente é chefiado por um total incompetente e verdadeiro inimigo das questões ambientais, um sujeito que já foi condenado por beneficiar ilegalmente mineradoras, que tem sabotado trabalhos de fiscalização, perseguido funcionários do IBAMA e deixando de investir na própria área pela qual deveria prezar. Salles, em acordo com Bolsonaro , aplicou somente 0,4% de toda verba destinada ao Meio Ambiente e cortou em 70% o investimento em brigadas contra incêndios florestais. Para o o próximo ano, este desgoverno acaba de REDUZIR ainda mais as verbas para a área ambiental. E, assim, assistimos estarrecidos e impotentes à destruição sem freios das maiores riquezas desta nação.
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11 setembro 2020
Deploração
nem planta sobre planta
nem prado sobre prado
nem corpo sobre corpo
08 setembro 2020
Horrores e Risos
mas nada fazem:
têm a ilusão de que o que é feito
é feito por eles
quando o que é feito
é feito pelo que acontece com eles.
o que o homem faz
é se arrastar entre o que seria
de uma forma ou de outra
entre horrores e alguns risos
entre muitas desgraças e poucas alegrias
entre medos erros e cagadas
(seus autênticos feitos)
segue o homem pelo engano
de que do seu nada pode fazer a tudo.
mas é só um nada acontecido
que estaria onde está
de qualquer jeito:
coisas erguidas tortas
por uma humanidade tarda
com objetivos torpes:
explorar seus humanos toscos
para (dizendo) fazer um mundo melhor
que acaba sempre mais torto (e acaba).
o homem pensa que faz o seu feito
mas só larga um peido:
involuntário e (uma hora) inevitável
que acaba sendo só vento
desagradável
levado pelo tempo.
03 setembro 2020
Três Antipatias
(e são os últimos)
e a poesia também.
não é só coisas belas:
são horrores
e fracassos
e desastres
e estrelas
II - um poema
além de sublimes
é dar nos dedos
e tirar sarro:
tragédias em segredo
deboches com cigarro
III - o mais corajoso dos soldados
é o que deserda.
o mais corajoso dos humanos
é o que manda
tudo à merda.
31 agosto 2020
"Teu Fúnebre Clarão"
nada a ser dito.
a quem?
a homens que não leem
se (r)indo em seu cagar
a homens que não lavam
não há preço que pague
dizer como se não houvesse
28 agosto 2020
Nem Sinal
só sangue no horizonte
em breve só o sempre
que será ontem
silêncio esgotado
no esgoto de uma fonte.
em breve mas nem o leve
só o calo das cordas
de um canto de ave
calado num eterno vago
de gelo de neve
pássaro passado
desmanche
de rio manchado
por entre óleos (machados)
no sorriso em corte
por entre olhos e braços
em breve mas nem rastro.
e da árvore que te arde
despencada a pancadas
de baques entre abismos
folha por folha abalada
em breve mas nem risco
mas nem riso
em breve mas nem cisco.
em breve mas nem nada
e que nos leve afinal.
só eterno desfeito
e a cova no peito
feita a pá e a enxada.
e em breve
mas nem sinal.
24 agosto 2020
Medo de Acordar
dormi com medo de acordar
medo de acordar e tudo ter acabado
medo de acordar e nada ter acabado
dormi com medo
de ter medo de acordar
com medo de ter que acordar
com a corda no pescoço
dormi com medo de acordar
e ser só osso
de acordar e ser só isso
de dormir até o fim
de sonhar cair num poço
e de acordar e ser assim
de sonhar com coisas ruins
e acordar e elas são
de sonhar com coisas belas
e acordar e não serão
e ninguém aqui comigo
dormi com medo
de acordar e estar morto
de acordar e estar vivo
21 agosto 2020
Nós, estes Montes
aos montes:
um deles é dar um jeito
nos montes de gente
e amontoá-los de alguma forma:
prédios cidades favelas
lojas templos janelas
ruas praças e telas
e ali os montes de gente
enfiados nos montes
que amontoaram
(informações inúteis
quinquilharias fúteis
ilusões risíveis)
entre montes de moedas
e sacos de lixos
vão os montes humanos
governados por montes
e olham abismados os longes
para o que restou dos mortos montes
devastados por nós
estes montes
de merda
19 agosto 2020
O Presidente mais Egoísta da História
Bolsonaro é o presidente mais egoísta da história brasileira. Nunca faz nada pelo povo, olha somente para sua própria bunda. Provas?
Vamos começar pelo auxílio emergencial, que de início ele não queria pagar. Depois, queria pagar só 200 reais, mas foi derrotado pela oposição e engoliu, puto da cara e sempre reclamando, os 600. Mas foi aí que percebeu que o povo estava gostando dos 600 reais (algo óbvio, para uma população que em parte mal consegue se alimentar) e que isso poderia ser ótimo para sua reeleição. Começou a espalhar a Fake News de que o auxílio de 600 é obra do seu governo e quer, agora, que o Paulo Guedes se vire para achar dinheiro que continue bancando o auxílio.
Então, o Guedes quer, por exemplo, taxar livros e vender estatais e riquezas nacionais a preço de banana para conseguir esse dinheiro, porque, dos ricos e privilegiados, Bolsonaro e sua corja nunca tiram nada, só dão.
Bolsonaro sempre age em interesse próprio, não tem uma gota de grandeza ou humanidade. No seu egoísmo estúpido, tira verbas das áreas de onde ele não espera votos ( da Educação, da Ciência, da Cultura, das Artes, do Meio Ambiente, da Saúde) para dar para militares, latifundiários, mineração e determinados grupos empresariais.
E o Brasil que se foda.
17 agosto 2020
Temor da Morte
há os que temem a morte
porque não se conhecem.
há os que temem a morte
porque se conhecem.
há os que temem a morte
porque nada conhecem.
há os que temem a morte
porque não conhecem
que já estão mortos.
há os que temem a morte
porque só conhecem da vida
aquilo que morre.
dizem que as pessoas temem a morte
porque temem o desconhecido.
não. temem a morte porque temem a dor.
ninguém sabe se vai sofrer ou não
depois que morrer.
esse é o grande medo.
temer o desconhecido
é temer a possibilidade da dor.
e todo mundo teme essa possibilidade.
então no fundo
não é nem a morte nem o desconhecido
o que se teme.
o que se teme é a dor.
13 agosto 2020
Miniconto Metrificado
eu sinto o cheiro daquela voz de almas
entre palavras que não mais existem:
melhor dizer o que não tem sentido
e ouvir o sangue de esquecidos idos.
ali morri como se fosse um vago
e do sedento eu te acenei meus fins:
estava ao nunca sempre lá cantando
pelos presságios de um planeta doente.
então me disse o que de agora é morto
que tudo foi no que cantei sem nada.
fiz uma história em doze versos-febre:
fica pra sempre só o que não se entende.
10 agosto 2020
Bolsonaro, um Filho da Puta
Ser FILHO DA PUTA é isto:
ANTES: "O Brasil nunca vai chegar a 100 mil mortes por Covid, vai ter no máximo umas 800, sigam suas vidas normalmente, pra que quarentena? Só idosos tem que ficar em casa, pra que fechar escolas? Criança não pega, distanciamento social é bobagem, perder emprego é pior, blábláblá."
DEPOIS: " Eu não tenho culpa das 100 mil mortes, ninguém vai me responsabilizar, a culpa é dos governadores, é dos prefeitos, é do STF, eu não tenho responsabilidade nenhuma. Morreram? E daí? Que a vida siga normal, eu não podia fazer nada, todo mundo morre, blábláblá."
Isso é ser um filho da puta no grau mais elevado, categoria máxima de ser bosta.
06 agosto 2020
Não Fazer Nada da Vida
quando eles te perguntam:
"O que você faz da vida?"
eles não querem saber o que tu fazes da vida
eles nem sabem de que vida falam
e nem o que é vida
eles só querem saber no que tu trabalhas
e nem tanto pelo trabalho em si
mas por quanto de dinheiro tu ganhas
e por qual a importância que tu tens
e não tanto pela importância em si
mas pelo importância que te acham como tendo
quando eles te perguntam:
"O que você faz da vida?"
tu poderias (por que não?) responder:
eu leio romances
eu escuto música
eu falo com animais
eu caminho pelos campos
eu toco violão
eu cuido do quintal
eu escrevo poemas
eu assisto a filmes
eu descubro sobre coisas
eu converso com amigos
eu procuro mistérios
eu viajo
eu sonho
eu amo
(...)
se tu responderes assim
eles dirão que tu és um vagabundo
e que não fazes nada da vida
mas são eles que não fazem nada da vida.
04 agosto 2020
Águia Estilhaçada
31 julho 2020
Poesia e Caos
apesar dos percalços
e dos acidentes de percurso?
não.
o pesar dos descalços
e do esgotamento dos recursos.
II - da Produção em (para a) Massa
robotizado
mecanizado
padronizado:
não é a toa
que padrão
rima com patrão.
III - da Pontuação
a humanidade: está morta a poesia; agora, é o caos.
não.
a humanidade está morta; a poesia, agora, é o caos
29 julho 2020
Quatro Batidas na Porta
seja a justiça desfeita
esteja a justiça torta
por mais que se saiba
ninguém se importa
quer passe por rio podre
quer passe por mata morta
por mais que se mate
ninguém se importa
se não pulsa alma nos olhos
e nem corre sangue na aorta
por mais que se morra
ninguém se importa
ninguém se importa
até que se escute as quatro
batidas na sua porta
26 julho 2020
Princípio Ativo
de tóxico
como se fosse um resto de trago
brasa de cigarro
álcool inflamado
que fosse saliva cuspe catarro
como quem tira um sarro
dies irae de réquiem
sorriso amargo
sangue formando lago
manejado à foice
com um gosto trágico
um tapa um soco ou coice
um vasto travo de droga
espuma do que se afoga
antigo cheiro de ópio
sangue deixando rastro
mijo e baba de sapo
peçonha e silêncio de cobra
um frasco negro de coca
e uma alta dose no sangue
fatal
quem dera deixar um algo
verdade última
que te abrisse os olhos
que te acordasse
por te fazer mal