quem dera deixar um algo
de tóxico
como se fosse um resto de trago
brasa de cigarro
álcool inflamado
que fosse saliva cuspe catarro
como quem tira um sarro
dies irae de réquiem
sorriso amargo
sangue formando lago
manejado à foice
com um gosto trágico
um tapa um soco ou coice
um vasto travo de droga
espuma do que se afoga
antigo cheiro de ópio
sangue deixando rastro
mijo e baba de sapo
peçonha e silêncio de cobra
um frasco negro de coca
e uma alta dose no sangue
fatal
quem dera deixar um algo
verdade última
que te abrisse os olhos
que te acordasse
por te fazer mal
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