O absurdo e revoltante governo Sartori/PMDB apresenta-se entre duas perversas alternativas:
Alternativa a: O governo Sartori é absolutamente incompetente e covarde, porque não ataca, não enfrenta os problemas do estado do RS no seu cerne, por não conseguir e/ou por não possuir a coragem necessária de mexer em setores poderosos economicamente. Só em sonegação fiscal, ou seja, roubo do imposto, do ICMS pago pelo consumidor, o estado perde mais de 7 bilhões de reais ANUAIS. No entanto as medidas contra a sonegação do Sartori praticamente inexistem. Em isenções fiscais para grandes empresas, o estado deixa de arrecadar 9 bilhões de reais. Esse dinheiro seria suficiente para cobrir o alegado déficit estadual (2,9 bi) mais de SEIS vezes. Onde estão os sacrifícios das empresas que recebem tantas isenções? Sacrifício é só para servidores? Só para o povo em geral, não para os que lucram?
Além disso, há a questão dos tradicionais e inaceitáveis privilégios de deputados e assessores, juízes, desembargadores, secretários, cargos de confiança etc. Se tanto falta dinheiro, onde estão os cortes nesses privilégios? E é claro que dentro do funcionalismo público há injustiças e disparidades. Há salários altos demais para cargos nem tão úteis assim, há irregularidades em alguns casos que devem ser verificadas e combatidas, ou inchamentos da máquina pública que devem ser enxugados e melhorados. Mas, ao invés disso, Sartori penaliza todos os servidores indistintamente, todos os serviços públicos fundamentais à população, e, pior, quem sempre acaba por sair mais prejudicado são os servidores com menores salários e, mais tarde, a população com menor poder aquisitivo.
Alternativa b: Pode ser que, simplesmente, o governo Sartori não seja incompetente, mas competentíssimo em fazer aquilo que escondeu dos gaúchos, principalmente em sua campanha, de um marketing adocicado e ilusório. Sartori sempre se propôs a trabalhar para o que representa, ele e os deputados que são a base do seu governo na AL: não passam de lacaios, de serviçais do poder econômico das grandes empresas, que foi, no fundo, o que os elegeu. Para isso, é fundamental que o governo Sartori desmantele o serviço público, deixe de investir em todos os seus setores, corte verbas vitais a seu funcionamento, desvalorize e desmoralize os servidores públicos, tudo para poder afirmar depois que o funcionalismo “não presta”, que os serviços “não funcionam” e que devem ser vendidos à iniciativa privada. Esta, na sua sede insaciável de lucro, a qual, entre outros fatores, vem aniquilando com a vida e com o planeta, fará o que bem entende com os serviços imprescindíveis à população, que não tem dinheiro, em sua grande maioria, para pagar por eles.
Isso justificaria o porquê Sartori somente penaliza os servidores públicos, mas deixa que a sonegação role solta, e não busca, seriamente, revisar os absurdos benefícios fiscais concedidos a seus parceiros de politica: os grandes grupos empresariais, nacionais e estrangeiros, profundamente encravados, como sanguessugas, nas “veias abertas” da América Latina.