05 julho 2016

A Privatização da Educação e um Poema de Bertolt Brecht

Sartori quer privatizar a educação gaúcha. Não de uma hora para outra, não tudo de uma vez. Mas aos poucos, gradualmente, para que tudo ocorra de forma "aceitável", ou, "na moita" mesmo. Se é dessa forma, é porque não é bom. E é óbvio que não é. O que pode haver de bom em deixar em mãos interesseiras, gananciosas e irresponsáveis, como é grande parte da iniciativa privada, toda a educação de um estado? Que tipo de ideologia será pregada nas escolas? A de não formar pessoas pensantes e críticas, mas apenas "máquinas" prontas para o trabalho? Formar mão-de-obra qualificada e imbecilizada, que dê lucro para os chefes sem questionar? Como diria o presidente interino: "Não pense em crise, trabalhe."?

A greve do magistério no RS, que já dura mais de 50 dias, e constitui, de maneira inquestionável, a greve mais justa dos últimos tempos em nosso estado, tem como UMA de suas bandeiras o combate a essa objetivo estapafúrdio do (des)governo de Sartori. E referente ao assunto, por incrível que possa parecer, publico um poema não de nossos dias, nem escrito no RS, nem mesmo no Brasil. Trata-se de um breve poema de Bertolt Brecht, poeta e dramaturgo alemão da primeira metade do século XX, e uma das vozes mais altas da literatura social de todos os tempos. Confiram o poema composto há mais de 70 anos e sua relação com a situação atual acima descrita:


Privatizado

Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar
e seu direito de pensar.

É da empresa privada seu passo em frente,
seu pão e seu salário.
E agora, não contente,
querem privatizar o conhecimento,
a sabedoria,
o pensamento,
que só á humanidade pertence.


Bertolt Brecht


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