03 novembro 2012

Adeus, Poesia


I

adeus poesia!

não vês
que o fim te bate a porta?
só os ainda vivos
não pensam
que tu estás morta

II

poesia
não serves para nada
sempre foste muito
para ser (f)útil

sempre foste sábia
para sermões

sempre foste alta
entre os anões


III

da tua carta
ninguém abrirá o selo.
melhor assim...
o que verdade
antes morrer
do que dizê-lo

7 comentários:

Milene Lima disse...

Feito diz o Fernando Anitelli, "a poesia prevalece". Enquanto houverem senhores poetas assim como tu, a fim de lamber as palavras tão voraz e lindamente, a poesia nunca morrerá.

Eu bem acredito.

Beijo!

Dulce disse...

A poesia não morre quando é assim contada em tão belos versos. Gostei imenso!

Anônimo disse...

Mais uma vez, o poeta excedeu-se para o melhor.

Aline disse...

A poesia é uma sobrevivente do tempo...

Menina no Sotão disse...

É meu caro, a poesia em último caso é aquele último olhar antes que tudo se acabe.

bacio

Unknown disse...

A poesia liberta.
Beijos!!!

Nélsinês disse...

Reforçaste o que eu disse no "Insepulto", vencedor do V Concurso da FECI e que publiquei no meu blog. E com quanta propriedade! Somos, no mundo, aqueles que tentam segurar a lamparina por sobre o mar que nos afoga. Concordas e não te sentes assim, de vez em quando?
Ah, gostei especialmente da última estrofe, apesar de eu desejar o contrário, percebo que com a maioria das pessoas é isso.