morreste
e já não sabes
que não és o que foste
e talvez nem foste
aquilo que em ti te morreste
deixaste acabar-te os olhares
e quando olhaste ao acima
já te estavas abaixo
do palmo a palmo do sonho enterrado
morreste
e por morreres pensas que vives
temendo tudo que é alto
te contentaste em varrer o teu pó
deixaste escorrer os teus astros
desbotaste todas tuas noites
naufragaste pelos teus castelos
e defecaste sobre teus lagos
e tudo isso enquanto sorrias
por entre as certezas suínas
que enlamearam o céu da tua boca
enquanto degustava o açúcar...
fitaste a arte
com os olhos fechados...
morreste
e agora já é tarde:
teu sol já não bate
e teu peito não arde.
8 comentários:
Que poema lindo! Seu blog é uma graça, cheio de inspiração e bem o estilo de alguém que enveredou pelo caminho das letras e suas dependências. Parabéns!
Linda e triste!
Você é mesmo um grande poeta menino bonito!
Um beijo
Denise
Nossa, fiquei um tanto pasma com a intensidade desse poema. Realmente lindo!
Lindo, triste, forte e profundo. Muito bom! Feliz Páscoa e renascimento amigo. Montão de bjs e abraços
em forma de poesia, os destemperos da vida ganham intensidade. muito bom.
abraço
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net
Gostei do poema.
Obrigada pela visita =).
Beijo.
Muito bom, rapaz. É preciso viver, sentir, amar, sofrer, antes que seja tarde demais para ser.
Beijomeu
Adorei! Lindo poema.
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