Ou será que já morreu? Não, acho que, assim como o nosso planeta, morre, mas ainda está vivo. Lá de vez em quando surge uma jogada esteticamente admirável. Muito de vez em quando. Que o diga a Copa 2010. Jogos sofríveis, onde o objetivo maior não é jogar futebol, mas exatamente o contrário: não deixar jogar. A prova é a medíocre média de gols marcados por jogo: ao final da 1ª rodada, era de 1,56, uma das mais baixas da história.
Aguardei o final da 1ª rodada da Copa para dar meu parecer, pois sempre acompanho as Copas do Mundo. Somente um time mostrou bom futebol, um futebol bonito, a Alemanha, por incrível que pareça, que tem fama de apresentar sempre um futebol feio, embora eficiente. De resto, só o Messi, da Argentina. Quem sabe mais para frente...
Agora, não interessa mais aos times apresentar um futebol bonito, que deslumbre os olhos. Interessa ganhar de qualquer jeito, interessa o resultado, interessa o lucro. E não só no futebol, mas nos demais esportes também. Só se pensa em ganhar dinheiro, em se bater recordes, em se obter fama, em empilhar títulos. Mas arte no esporte? Beleza, encantamento? Muito pouco, quase nada.
Agora vivemos a época da eficiência. Não importa o que existe de "alma" no que se faça. Importa se é eficiente ou não. Até na arte é assim. A arte está deixando de ser arte. Se nem na arte existe arte, por que ano futebol haveria de existir? A arte e o esporte atuais refletem o homem atual: um homem sem alma. O futebol é decadente como a humanidade é decadente.
Bem, mas seja como for, a Copa está aí. Quem será o campeão? Na Copa de 2006, antes mesmo de seu início, disse a amigos que a Itália seria a campeã. Acertei. Agora acho que o título ficará entre Alemanha ou Argentina. Para escolher um: Argentina. É o meu palpite.