25 maio 2010

A Profecia de Frankenstein

Uma das comunidades do orkut que mais aprecio é a "Eu Acredito em Bach", cujos participantes ativos demonstram inteligência, cultura, sensibilidade e educação, mesmo que nossas opiniões divirjam. Fui questionado na comunidade sobre qual a minha opinião sobre a "criação" de uma célula em laboratório. Julguei ser interessante publicá-la aqui no blog, com algumas mínimas adaptações, que não alteram em nada, é claro, a ideia originalmente expressa. Quem quiser acompanhar todo o debate, aqui está o link do orkut, que deve ser colado na janela do orkut já aberta: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=5141653&tid=5357285460693813293&na=2&nst=190

"Bem, para mim, a questão é bastante simples: os cientistas não criaram vida em laboratório, COPIARAM vida em laboratório. O procedimento deles foi totalmente baseado na vida já existente. Eles mesmos o admitem. E eu DUVIDO que um dia eles criem vida realmente, ou seja, um ser vivo SEM UTILIZAR-SE DE ABSOLUTAMENTE NADA DA VIDA JÁ EXISTENTE na natureza. Isso sim é criar vida. Fora disso é cópia. Não podemos comparar uma criação de vida com uma criação artística. Na arte, baseando-se no que já existe, o artista cria novas coisas, que podem até mesmo serem melhores do que o que já existe. Mas o que essa "criação" de vida tem de novo? Nada. Muito menos de melhor. É algo copiado do que já fora feito."

"Apesar de eu e o Cesario termos divergências em algumas opiniões artísticas, eu concordo com ele neste ponto: "a equação não fecha sem Deus". Sim, eu acredito em Deus, e não tenho vergonha de dizê-lo, apesar de ser algo fora da moda nos meios "culturais". Creio não em personificações de Deus, mas em um Deus que manteria o equilíbrio do universo, em um Deus não perfeitamente conceituável, teorizável, mas muito mais intuitivo. Dessa forma, chegaríamos a Deus muito mais pela arte do que pela ciência. Aqui entra uma série de questões que não vale a pena discutir.
A pergunta do Cesario é perfeita: "Como criar um ser do nada?"

"Os racionalistas condenam os místicos por acreditarem em coisas sem comprovações, como a existência de Deus. Mas os racionalistas também não acreditam em coisas sem comprovações? Uma delas é de que a vida surgiu do acaso. Onde está a comprovação? Só o que existem são teorias... E como diria Goethe, "Toda teoria é cinza, e só a verde a árvore de dourados ramos que é a vida."

"Quando afirmo que Deus é para mim algo como um "mantenedor" do equilíbrio do universo, exemplifico com o seguinte: toda a natureza, toda a vida que se criou e evoluiu na Terra o fez em absoluto estado de equilíbrio, tudo encaixado perfeitamente. Penso que criar vida não é só o ato de dar vida a uma célula (com procedimento copiado), mas criar todo um mecanismo onde essa vida se mantenha, equilibre-se e se desenvolva perfeitamente. O homem não possui a mínima condição de realizar tal ato, muito pelo contrário, só o que traz é desequilíbrio.
Se a vida veio do acaso, quer dizer então que o acaso tem mais consciência que a "grandiosa" inteligência humana?"

Mais uma vez, a literatura:
"Então os meus versos têm sentido e o universo não há-de ter sentido?/ Em que geometria é que a parte excede o todo?/ Em que biologia é que o volume dos órgãos/ Tem mais vida que o corpo?"
Fernando Pessoa"

"Disseste bem, Luís: "franksteinzinho". No livro da Mary Shelley, no que resulta o Frankenstein? Só em erros e tragédias.
Essa é a principal diferença da vida criada por um Deus ou pelo "acaso", como queiram, da vida criada pelo homem. A primeira se mantém por si própria, em perfeito equilíbrio, resultando em criaturas cada vez mais magníficas. As que o homem cria se mantêm por si próprias? E têm resultado em quê?"

Ainda que o homem consiga criar vida SEM COPIAR A NATUREZA ( e mesmo copiando a natureza) essa vida será como? Imaginem, amigos, imaginem como ela seria? Chego a gelar só em pensar? Um "novo gato" criado pelo homem... Todos nós sabemos, ainda que intutivamente, que esse "gato" não será normal, que haverá algo de horroroso nele (ainda que não fisicamente), de temível, de não-amável. O que faltará nele? Faltará a vida verdadeira. O que é essa vida verdadeira? O que a define? Há que se refletir sobre isso...
A arte tem muito a nos ensinar... Todas as teorias podem ser razoáveis, mas daí a serem verdadeiras..."

"E já, Luís, que você prefere excluir a arte dessa discussão para se basear somente em fatos científicos, tudo bem, mas então vamos fazer assim:
quando FOR FATO que o homem criou vida, sem copiar a natureza, e criando uma vida que se mantenha por si própria, e se desenvolva em EQUILÍBRIO, então eu virei aqui e direi: eu estava errado, o homem pode criar vida. Isso se eu estiver vivo até lá. Ou se existir civilização, porque do jeito que "caminha a humanidade..."

4 comentários:

Alberto Ritter Tusi disse...

É uma questão profunda.
Bom exemplo o do Frankenstein. O mais interessante é que a autora tinha 17 anos quando o escreveu!


Mas eu não tenho medo da ciência, sempre tem os seus grandes gênios. (Claro, seguidos dos grandes imbecís da mesma forma como na música).

Sandra Gonçalves disse...

Somente Deus criou a vida...
Bjos achocolatados

Rose disse...

Eu acredito em Deus, e da mesma forma, não me envergonho, mas não aquele em que idealizamos, a imagem do ser com barba grande e branca, enfim..Creio numa força suprema; e acho que esta muito em moda o ateísmo, ambora muitos se digam ateus e nem sabem direito em que estão se afirmando.
Acho linda a história do Frankeintein, e não acho ele um ser horrendo, pelo contrário, percebo o quão é doce e amável, porém, um ser "desengonçado", que causa pânico nas pessoas, que afastam-se dele devido a sua aparência..há várias coisas que podem ser questionadas sobre este tema. As pessoas, de forma geral, se preocupam muito com a aparência, esquecendo da essência. Frankeintein, embora tivesse sido "criado", ou melhor, "recriado", era um ser de sentimentos nobres, o próprio ser humano, (principalmente o seu criador)que fez com que colocasse para fora toda aquela "furia", se é que assim podemos chamar...
Imagine só, você, viver isolado das pessoas, tenta aproximação e é repelido feito um inseto pestilento, elas sentem medo e nonj de você...e tudo o que quer é companhia, é ter alguém...
É bem complicado...
E existem pessoas, que "criadas" por Deus, nascidas do ventre de suas mães, são perversas, de caráter medonho, e sem um pingo de bondade em suas almas...
Eu sempre tive um conflito com a morte, talvez pelo fato de ter perdido pessoas queridas em minha infância, momento este onde os significados são mais fortes, nossas mentes tem um registro mais aprofundado dos acontecimentos..enfim..já senti muito por isso, a morte já me causou muitas dores..Creio que este seja um dos motivos pela tamanha admiração pela história do Frankeinstein. seria fabuloso dar vida a um ser querido que se foi..
É isto, hasta, abração!!

Rose Lecter disse...

Eu acredito em Deus, e da mesma forma, não me envergonho, mas não aquele em que idealizamos, a imagem do ser com barba grande e branca, enfim..Creio numa força suprema; e acho que esta muito em moda o ateísmo, ambora muitos se digam ateus e nem sabem direito em que estão se afirmando.
Acho linda a história do Frankeintein, e não acho ele um ser horrendo, pelo contrário, percebo o quão é doce e amável, porém, um ser "desengonçado", que causa pânico nas pessoas, que afastam-se dele devido a sua aparência..há várias coisas que podem ser questionadas sobre este tema. As pessoas, de forma geral, se preocupam muito com a aparência, esquecendo da essência. Frankeintein, embora tivesse sido "criado", ou melhor, "recriado", era um ser de sentimentos nobres, o próprio ser humano, (principalmente o seu criador)que fez com que colocasse para fora toda aquela "furia", se é que assim podemos chamar...
Imagine só, você, viver isolado das pessoas, tenta aproximação e é repelido feito um inseto pestilento, elas sentem medo e nonj de você...e tudo o que quer é companhia, é ter alguém...
É bem complicado...
E existem pessoas, que "criadas" por Deus, nascidas do ventre de suas mães, são perversas, de caráter medonho, e sem um pingo de bondade em suas almas...
Eu sempre tive um conflito com a morte, talvez pelo fato de ter perdido pessoas queridas em minha infância, momento este onde os significados são mais fortes, nossas mentes tem um registro mais aprofundado dos acontecimentos..enfim..já senti muito por isso, a morte já me causou muitas dores..Creio que este seja um dos motivos pela tamanha admiração pela história do Frankeinstein. seria fabuloso dar vida a um ser querido que se foi..
É isto, hasta, abração!!