I – do Gato
tu gato noturno
atento ao vazio da treva
vês ainda mais vezes
que vazio sou eu
que não estou
no que te leva
tu sabes, gato
que todas as religiões
não valem o sentido
do teu olfato.
II – da Coruja
e o teu canto
coruja hermética
de olhos autônomos
jamais será alcançado
nem por toda uma legião
de humanos robóticos
e autômatos
e, por fim
há mais sabedoria no teu pio
do que em todo
o povo do Brasil.
III – da Estrela
tu que não nos sabes
nunca te fracassas:
sendo estrela és distante
e sendo distante és verdade
triunfas ao iluminares nuncas
e dar as costas
à humanidade.
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