não há esperança pra vida ou pra massa
nosso Horror nos domina a fogo e a ferro
Shostakovich sangra ácido berro
e Beethoven se ergue além da fumaça
tempos-sombra assomam atrás das desgraças
homens tropeçam no seu desespero
tudo o que é luz desmorona no erro:
nos restam o vinho o whisky a cachaça
mundos de caos nos espreitam na lama
tudo o que somos não passa de falha
máquinas pisam por todas as gramas
resta-me a arte por som e navalha
resta-me um algo que é mais do que chama
que chama o que fúria: triunfo e mortalha
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