O genial Franz Kafka, o Rei do Absurdo, nunca esteve no Brasil, mas o conhecia melhor do que muitos brasileiros. Os absurdos intencionais de sua obra parecem ocorrer de forma natural em terras tupiniquins. Ainda mais quando o quesito é "Justiça". Comparem o trecho a seguir, retirado do seu romance "O Processo, com aquilo que se convencionou chamar de "Justiça Brasileira".
"Não há dúvida de que por trás de todas as ações deste tribunal, e, no caso da minha prisão e da diligência atual, esconde-se uma grande organização. Uma organização que não só lida com ter guardas subornáveis e tolos inspetores e juízes de instrução, que, no melhor dos casos, são discretos, mas também detém juízes de altos cargos com um incontável e indispensável séquito de servidores, escrivães, policiais e outros ajudantes, talvez até carrascos, a palavra não me intimida. E qual é o significado desta organização, meus senhores? Consiste em prender pessoas inocentes, iniciando contra elas processos tolos e inúteis, como no meu caso. Como poderia toda essa insânia evitar a pior das corrupções burocráticas? "
Franz Kafka
Nenhum comentário:
Postar um comentário