Depois do poema de Chaplin, ouso deixar um outro meu, creio, pertinente.
O Caminho da Vida
O
caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A
cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio...
e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos
a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina,
que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos
conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais
do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência,
precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e
tudo será perdido.
Charles Chaplin
Charles Chaplin
A
Época da Velocidade
época
da velocidade
a
jato
a
vácuo
a
comida comprada pronta
a
morte a 200 por hora
ou
por milésimo
o
amor
dura
só alguns dias
ou
algumas horas
ou
é só o minuto mesmo
do
beijo
ou
do sexo
com
o celular
o
computador
a
internet
é
a vida no agora e no antes
nem
há mais adiantes
as
correias dos motores mecânicos
a
poesia de um sensor eletrônico
as
correrias dos centros urbanos
as
agonias dos supér(fluos) humanos
as
mídias domando as massas
os
seres extintos em massa
o
instantâneo
da
desintegração nuclear
o
descartável
do
coração e do cérebro
e
outros sentidos vitais
e o meu poema
que já durou tempo demais
e o meu poema
que já durou tempo demais
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