Eu confesso que não passo de um mísero,
admito a maldade e o eu egoístico,
sou um errático consciente do abísmico
e sei deste horror que assola meu ímpeto.
Qual humano se escancara de hipócrita?
qual ser medíocre é que arranca sua máscara?
eu, que atinjo essa indiferença máxima
deixo sangrar minha inútil carótida.
Da humana raça me afirmo inimigo:
sobe-me à goela um reflúxico grito
sobe-me à goela um reflúxico grito
e fervem-me ânsias nos brônquios do peito.
Há cuspe em todas as letras que digo
e mais vícios nos meus olhos malditos
do que erros por meu caminho mal-feito.
Um comentário:
Sua genealidade e profundidade com que escreve é realmente facinante, Al Reiffer.
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