19 março 2014

Versos a um Limoeiro

I

impassível
e indiferente
às breves passagens humanas
nunca te preocupaste
com disputas sepulcros ou forcas
mas mantiveste pelo eterno dos anos
em teus frutos a tua força

II

mantém-te sereno
por todas as eras:
teus frutos cáustico-azedos
durante os invernos
e teu perfume de flores
nas primaveras

III

que curem as minhas palavras
sendo amargas e ácidas
assim como curam as tuas frutas
sendo amargas e ácidas...
que eu escreva gomos de limões
e não doces de cereja...
e assim seja.

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