Inicio com o que foi publicado no site Nova Pauta no dia 30/12/13:
"Conforme noticiado pela Rádio Santiago, a direção do Hospital está reavaliando a permanência do Pronto-Socorro em suas instalações. O local é de responsabilidade do município e, conforme Rúderson Mesquita, é onde ocorrem os maiores problemas, que acabam comprometendo a imagem do hospital. O administrador diz que o valor repassado pela Prefeitura está defasado..."
Parece que tudo em Santiago se resume a fachadas. Os santiaguenses já perceberam o fato? Comecemos com a declaração do administrador do Hospital de Caridade de Santiago. Eu até acho uma boa que o Pronto-Socorro saia do hospital. Agora, o motivo declarado para sua saída pelo administrador do HCS seria risível se não fosse deprimente. O Pronto-Socorro, segundo ele, deve sair do hospital porque prejudica a IMAGEM do mesmo. A imagem? É só isso que importa? Não importam as pessoas doentes, feridas, em casos de emergência, sendo mal-atendidas? Importa a IMAGEM do HCS? Que tipo de humanidade há nessa declaração? Há alguma relação com a nova FACHADA do hospital? Ou seja, o que importa é fachada, é a imagem?
E será mesmo que os maiores problemas do HCS estão só no Pronto-Socorro? Acho que não, hein. Meu avô, por exemplo, que pagava a baixíssima qualidade do plano de saúde do HCS, em 2011, não estava no Pronto-Socorro e ficou 24h sem atendimento de um médico. E será que não há outros casos semelhantes a esse aqui em Santiago? Acho que sim. O problema do mau-atendimento no HCS não é só no Pronto-Socorro.
Já afirmei e volto a afirmar. O maior problema do nosso hospital é que ele coloca em primeiro plano o físico, as estruturas, e relega a segundo plano a questão humana. Tanto no que se refere a pacientes quanto a funcionários. A construção da nova fachada, da clínica e as declarações do administrador atestam o que afirmo. Enquanto fachadas são erguidas, o mau-atendimento aos pacientes continua, e os salários para técnicos seguem como um dos mais baixos do Brasil. Confira clicando aqui a média salarial dos profissionais da enfermagem. Depois se informem quanto paga o HCS. Para técnicos, no Brasil é o seguinte: Técnico de Enfermagem : R$ 1.305,84 (média) - R$ 1.009,24 (menor) - R$ 1.554,36 (maior). Isso em 15 de março de 2013. Quanto será que pagava o HCS para um técnico nessa época? Os leitores sabem?
Outro motivo alegado pelo administrador para retirar o Pronto-Socorro do hospital é que o valor a ser repassado pela Prefeitura Municipal estaria defasado. O problema da questão é que foi realizada um investigação pela Câmara de Vereadores de Santiago em que se concluiu (leiam o texto da imagem abaixo) que o administrador municipal não pode ser responsabilizado por desvios ou mau emprego dos recursos públicos destinados ao Pronto-Socorro. Sendo assim, entende-se que os valores são repassados corretamente, sem defasagem, ao contrário do que alega a administração do HCS. Ou não é isso que se entende? Onde está o erro aqui? Alguma não está fechando. Onde está a fachada aqui?
Um outro assunto, que também tem a ver com a Política da Fachada, foi o ato lamentável do vereador Sandro Palma, que cortou de forma autoritária e sem justificativa plausível a fala da vereadora Iara Castiel. Que eu saiba, o partido do vereador Sandro Palma, o PTB, foi um dos pilares da luta contra a ditadura militar, sendo proscrito em 1965 pela mesma. E agora ele, como presidente da Câmara de Vereadores de Santiago, age como aqueles que o seu partido combatia. Qual sua ideologia política, vereador Sandro Palma? Tem alguma? Independente do partido de um vereador, todos têm o direito a se manifestar livremente, desde que não ofenda a terceiros, e imposição arbitrária do silêncio não se coaduna com um estado democrático.
Será que o ato do sr. Sandro Palma é também mais um reflexo da Política da Fachada, em que se tenta manter, pelo silêncio forçado dos outros, a aparência de que tudo está bem?
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