Como praticamente chegamos ao final do inverno de 2012 e os casos de gripe A não devem surgir mais com força este ano, talvez apenas isoladamente, creio que é o momento de analisarmos a sua taxa de mortalidade. Esta será a minha resposta ao jornal Expresso Ilustrado e ao jornalista João Lemes, editor do jornal. Ocorre que em 2009, quando do surgimento da gripe A, ou suína, o jornal Expresso escreveu que a mortalidade da gripe A era igual ou menor à da gripe comum, e que não haveria motivo de sérias preocupações. Questionei a informação, apresentando dados que mostravam que a gripe A era na verdade mais mortal. O jornalista João Lemes, então, eu seu blog, contestou-me (aqui), sugerindo que eu me corrigisse. Porém, eu apenas fiquei sabendo de sua contestação em finais de 2011. Como era verão, não tinha dados atualizados para analisar melhor a questão. Agora, tenho-os, e os apresento. Vamos a eles:
Segundo o site do jornal Correio do Povo (aqui), os casos confirmados em 2012, até 13 de agosto, de gripe A, no RS chegaram a 447, com 57 vítimas fatais. Basta fazer o cálculo para encontrarmos a taxa de mortalidade da doença: 12,75%. Se pegarmos toda a região Sul do Brasil, até 30 de julho, teremos 144 mortes em 1613 casos confirmados (aqui). Taxa de mortalidade: 8,93%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da gripe comum gira em torno de 0,5 a 1,5%. Ou seja, as taxas de mortalidade da gripe A no Brasil estão altíssimas. E não é só aqui.
Segundo estudos que vêm sendo realizados (aqui) a gripe causou e vem causando muito mais mortes do que se pensava. O total de mortos pela gripe A foi elevado em 15 vezes com relação ao que havia se calculado anteriormente.
Não culpo o jornal Expresso pela informação veiculada na época, pois muitos, até mesmo cientistas, acreditavam que a gripe A era uma "gripezinha". Já eu não era da mesma opinião. Como o jornal não aceitou meu questionamento na época, o que era do seu direito, naturalmente, retorno à questão. Agora, passados três anos do surgimento da doença, está-se percebendo que a gripe A não é nenhuma brincadeira. Como não acompanho o jornal Expresso, não sei o que ele veiculou a respeito da mortalidade da doença em 2012. Porém, se ainda não o fez, deveria, como qualquer jornal sério, ao menos, questionar a sua própria informação veiculada há três anos. Enviarei um e-mail ao jornalista João Lemes sobre o assunto.
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