08 julho 2012

Ao Fim da Rosa

rosa que paira pelo não-vindo
quem foi que sagrou-te à tormenta
quem foi que matou-te em meu sangue
rosa que sonha pelo meu grave?

quem foi que falou-nos de amar-te
daquilo que voa mas sempre te parte
o alguém que arrancou-te da noite
rosa que doente pelo meu sempre?

quem te avassala pelas espadas
em vasto martelo firme na morte
e larga teu lago vazando-me o rastro
rosa que morre pela minha veia?

onde é que deixaram o teu passo na lama
rosa que afoga em tudo que chove
no medo que corta do que te consomes
rosa que vai-te em tudo que corre?

quem é que te lança na faca que mata
rosa que vaga em tudo que é podre
rosa que finda em todo meu nada...?
rosa esmagada

(Revisão do poema publicado em fevereiro de 2010.).

3 comentários:

Vampy Lu Sheridan Stroyberg disse...

Amei, Lord Reiffer!

=*

Rúbida Rosa disse...

Lindo!

Anônimo disse...

Mesmo depois do sacrifício de nascer no mundo cinza, a rosa mal sobrevive.

Lindíssimo poema!