melhor que afirmar
é sugerir...
quem afirma tudo o que fala
(pavão a empenar-se na sala)
viola as portas de violino do silêncio
com a violência de um touro...
que se deixe o silêncio dizer de si:
o que se silencia
vale seu som em ouro...
gosto de (não) dizer
o que não está (ou sim)
pelo entre do que digo
não quero que quem me leia
esteja lendo de si para comigo
e melhor ainda
é aquilo que nunca disse
verso sorrateiro furtivo
sussurro selado pelo vento
que nem sequer existisse...
a verdade nunca se sempre de frente
há que se por um porém
entre o que ela é
e o que dela se vê
verdade é o que está sempre latente
a possibilidade ainda não alcançada
(a protegê-la do que é gente)
por isso só
sólita em signos
e criptografada
há um só sentido
(mas que são vários
ou vários...)
e para provar
que não afirmei nada
poderia ter dito tudo isso
pelos contrários...
(Revisão do poema de mesmo título publicado em 5 de julho de 2011.)
3 comentários:
Entre sentidos, e sentimentos, verdades e mentiras: eu quero a sinceridade, não importa seu preço,
Bjkas
O silêncio é de ouro, sim. Um dia ainda vou fazer um blog só com o título e deicar que as pessoas interajam. Não seria ótimo:
Beijos, POETA!
Mirze
tens uma forma peculiar de escrever tuas obras...
... Original e fascinante!
... seguindo-te.
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