13 maio 2011

Bateram em Tua Porta

bateram em tua porta
e tu não atendeste
foi alguém ou foi algo
e tu nunca soubeste
e tu nunca tentaste
e tu sempre temeste
o que foi que perdeste?
pela noite descendo
bateram em tua porta
mas não foi duas vezes
e teus olhos fechaste
e de novo dormiste
é tão cômodo o sono
do qual nunca acordaste
é tão cômoda a vida
como não se findasse
mas a noite caía
e tão alta era a treva
e tão firme a batida
sinfonia em Beethoven
e tu nunca a ouviste
nem pensaste na morte
mas bateram na porta
e saber não quiseste
te viraste de lado
e o olhar não provaste
que o temor era forte
e o final te falava...

mas te não atendeste

3 comentários:

Cris de Souza disse...

batida de tirar o fôlego!

beijo, mocinho.

Bete Nunes disse...

Inquisitivo.

Davi Machado disse...

inércia - um dos prazeres da humanidade. bom poema.