21 fevereiro 2011

O Triunfo das Pragas

bombom deixado sobre  a mesa
cujo recheio foi comido por carunchos...

panela abandonada no fogão
cuja carne infestaram verdes moscas...

livro pelo canto de uma estante
cujas páginas as traças já roeram...

banheira ocultada em escuro quarto
em cujas águas só os ratos se refrescam...

armário esquecido na cozinha
onde dentro as baratas fazem festa...

eis o coração humano.

(Na imagem, detalhe do lado direito do quadro "O Jardim das Delícias", de Hieronymus Bosch.)


10 comentários:

CARLA STOPA disse...

Forte...Abraço, poeta.

Anônimo disse...

Bem essa sensação que nos acomete muitas vezes.

Grande abraço!

Rart og Grotesk disse...

lugar abandonado mesmo hein? adorei o poema e essa imagem incrível que vc colocou!

Boa semana!

http://artegrotesca.blogspot.com

Agnes Mirra disse...

Hoje especialmente estou com mais ódio por certos corações! Poema perfeito pra amargara essa sensação!!!

Clara S. Weisz disse...

Um poema bem feito, que diz a verdade!

O coração humano: o princípio das dores!

ótimo!!

Zélia Guardiano disse...

Bem assim é, muita vez!
Bem assim!
Muita, muita, muita vez...
Excelentes versos, Reiffer, grande poeta!
Forte abraço da
Zélia

Sandra Gonçalves disse...

Assim é o coração do homem que morre em vida.
Bjos achocolatados

Anônimo disse...

Isso me lembrou o meu escritório que foi detonado pelos cupins.
Vc já leu o conto "Jardim das delícias"?
Nele o autor fala que os olhos de quem vê o jardim pode mostrar o céu o inferno.
Concordo que o coração humano é podre, mas ainda tenho alguma esperança...
bjs

Unknown disse...

Reiffer!

Belíssimo poema onde a humanidade se revela!

Bravíssimo!

Beijos

Mirze

Vampira Dea disse...

Pois é se for pensar no que somos, as pragas se refastelam.
E vc como sempre tornando o feio bonito.