07 maio 2010

7 de Maio de 1833


que importa
a esperança
que se fecha a cada porta
e o fracasso
que me ronda a cada passo?

que importa
o esfomeado sonho
que se alimenta
de um mingau medonho?

que importa
a vida e a morte
essas duas faces
da moeda da sorte?

que importa o que não veio
o que não tive
o que não pude?

que importa afinal
que eu não possa esperar
que tu me ames?

nada disso tem importância...
o que importa
é que existe Brahms.

(Homenagem aos 177 anos do Mestre e amigo inseparável Johannes Brahms, comemorados hoje.)

10 comentários:

Margarida disse...

Adorei o poema! Magnífico! Beijinhos

Anônimo disse...

Bela homenagem seu sumido, vê se aparece por lá.

Abração

Sandra Gonçalves disse...

Tive uma professora de piano da qual não me esqueço. Victoria Lembi, Ela usava uma varinha para bater na minha mão quando eu errava uma nota.
E vou te contar levei muitas varadinhas até tocar a quarta sinfonia da forma como deve ser tocada. É que eu tinha a mania de tocar de ouvido e ela dizia quase em gritos: Você está assassinando a sinfonia, acha que Brahms, ficou dias até meses compondo para que você simplesmente tocasse como ouve. Toque como vc lê na partitura, menina rebelde"
mas foi bom, assim aprendi a valorizar o trabalho e a obra dos grandes mestres...Ai que saudade do meu piano. Hoje amo a 4 sinfonia.Bela homenagem. Bjos achocolatados

Ana Lucia Franco disse...

Reiffer, para os pequenos males, existem as grandes possibilidades do espírito, como elevar-se ao som de Brahms. Amei o poema..

Richard Mathenhauer disse...

Se não o romantismo, o romântico!

(Li nalgum lugar que Brahms foi meio ranzinza no fim da vida... mas acredito que ele adoraria a homenagem).

Abraços,

Richard Mathenhauer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juci Barros disse...

Mais que homenagem, o poema é quase um culto. Muito bom! Beijos.

Denise Portes disse...

Meu avô era um pianista maravilhoso, minha mãe foi, por muitos anos, professora de piano e eu claro estudei oito anos de piano.
Lembro-me de meu avô tocando Brahms e a casa em silêncio ouvindo. Certa vez ele me disse que a 4 sinfonia sempre foi sua maior emoção.
Obrigada por me trazer boas lembranças. Lindo poema.
Beijos
Denise

Anônimo disse...

Nossa moço, que pessimismo. Ainda bem que no final você aliviou homenageando o Brahms. Abraço.

Anônimo disse...

Vim até aqui...
para te trazer gentilezas...
e beijos gentis...
Leca