a Lua é minha pastora
e tudo em mim sentirá
as tuas mais fatais essências
nas febres busco
sem destino me desfaço
como quem em urgência
bebe uma taça de vinho em pânico
eu sempre passo
às margens do tenso
e sei de cada lágrima
nos teus cílios
toco meus dedos
pelas cicatrizes noturnas
vou ver-se sonho a versar
só pelo que névoas
cair neblinas em tudo
que me sona aos lábios
e então me durmo e viajo
pelo que nem dia
tanto o amor é divino
que mal se sabe de tudo
e mergulhei-me nas árvores
vi aves que vinham voar lá nos vales
e Deus me olha
como se eu fosse lago
mas só inverti as letras
de não ser algo.