o que mata é a vida não vivida
aquelas coisas que passam
nunca ditas nunca havidas
o que mata
são aquelas coisas não-sentidas
massacradas oprimidas
é aquela ponta de faca
sempre cravada na ferida
são aquelas coisas não-sabidas
desprezadas esquecidas
o que mata não é a Morte
(tão sublime sempre erguida)
o que mata é a morte
que se morre ainda em vida.