então não haverá o longe
só incêndios no horizonte
o sempre será ontem
no silêncio esgotado de uma fonte.
só incêndios no horizonte
o sempre será ontem
no silêncio esgotado de uma fonte.
e tudo se desfará em breve
no calo de um canto de pássaro
calado pelo derrame da neve
e passará o pássaro
ao desmanche de um sorriso falso
desmoronado por entre os olhos
de cuja luz não restará um traço.
e daquela árvore que me olha
despencada pela vitória do abismo
cairá folha por folha
ao abalo do bafo do sismo.
então haverá um nada
no olho do furacão
e só restará o que sinto
no nada do meu coração.