escrever uma palavra
antes que a palavra acabe:
nem ao menos um poema
que um poema nem mais há de ...
mas viver uma palavra
que ao menos não nem nada
pois nem mesmo vai ser lida
malentendida entre a vida
mas sofrer uma palavra
que já era no que foste
e antes que o dizer se morra
e antes que o amor se passe
(como se ele já não fosse)
dessangrar uma palavra
antes que o humano acabe
(como se ele ainda fosse)
te deixar uma palavra
entre caos horror e calma
antes que se dane a vida
e que se desescreva a alma
11 agosto 2018
08 agosto 2018
Inexorável
aquilo que se faz:
sem paz
aquilo que não vem:
desdém
aquilo que não é:
nem fé
aquilo que se vai:
te foste
aquilo que se foi:
é foice
aquilo que não fui:
me fundo
aquilo que será:
já está
aquilo que não sou:
é som
aquilo que se erguer:
é o ser
sem paz
aquilo que não vem:
desdém
aquilo que não é:
nem fé
aquilo que se vai:
te foste
aquilo que se foi:
é foice
aquilo que não fui:
me fundo
aquilo que será:
já está
aquilo que não sou:
é som
aquilo que se erguer:
é o ser
06 agosto 2018
Constatações e Vírus
I- sim, o Não venceu.
a vida tornou-se a negação da vida.
vale mais um Puma®
do que um puma
cuida-se com carinho das máquinas
esmagam-se sem pena as árvores
há um trono para os robôs
e uma patente para os humanos
II- apesar dos percalços
e dos acidentes de percurso?
não, o pesar dos descalços
e do esgotamento dos recursos:
continuamos os mesmos vírus de sempre
eu mesmo nunca curei minha doença
em que sou esvaído de sangue e de alma
todos os dias
mas a vida continua:
ebola pra frente
a vida tornou-se a negação da vida.
vale mais um Puma®
do que um puma
cuida-se com carinho das máquinas
esmagam-se sem pena as árvores
há um trono para os robôs
e uma patente para os humanos
II- apesar dos percalços
e dos acidentes de percurso?
não, o pesar dos descalços
e do esgotamento dos recursos:
continuamos os mesmos vírus de sempre
eu mesmo nunca curei minha doença
em que sou esvaído de sangue e de alma
todos os dias
mas a vida continua:
ebola pra frente
04 agosto 2018
Acreditar em Gente
as pessoas não acreditam
no que creem como certo
acreditam no que precisam acreditar:
se é certo ou não
não há real interessamento
acreditam no prolongamento do que são
ou do que julgam como sendo:
acreditar é tentar ser
sendo-se ou não
e quase sempre não se é nada
ou se é em vão
tanto é
que se pode acreditar
em coisa qualquer
no que se quiser:
em paradoxos e contraditórios
em mudanças e inconstâncias
e tudo é válido e tudo pode
desde o fanático científico
o ridículo político
o enfático por bodes
de modo que acreditar
não é saber ou achar que se sabe:
é só a necessidade de se sentir alguém
um algo ou coisa ou sombra ou nada existente...
tanto que nem consigo
acreditar em gente
no que creem como certo
acreditam no que precisam acreditar:
se é certo ou não
não há real interessamento
acreditam no prolongamento do que são
ou do que julgam como sendo:
acreditar é tentar ser
sendo-se ou não
e quase sempre não se é nada
ou se é em vão
tanto é
que se pode acreditar
em coisa qualquer
no que se quiser:
em paradoxos e contraditórios
em mudanças e inconstâncias
e tudo é válido e tudo pode
desde o fanático científico
o ridículo político
o enfático por bodes
de modo que acreditar
não é saber ou achar que se sabe:
é só a necessidade de se sentir alguém
um algo ou coisa ou sombra ou nada existente...
tanto que nem consigo
acreditar em gente
02 agosto 2018
Então, o Mundo Mudou?
"o mundo mudou!”
grunhem os deslumbrados despercebidos
mas não: o mundo imundou
na sua velhice
acrescentou-se o decréscimo
decretou-se o decrépito
os sinais asnais decadênticos
idênticos
às imundícies
o mundo inundou(-se)
de tanto quanto nada
o mundo afundou
nos buracos asfálticos
das quânticas faltas
da sua (des)estrada
em desespero
a um deserto em desastre
o mundo
tem o mesmo endereço:
o dinheiro é a entrada
e o Fim
é só o começo
grunhem os deslumbrados despercebidos
mas não: o mundo imundou
na sua velhice
acrescentou-se o decréscimo
decretou-se o decrépito
os sinais asnais decadênticos
idênticos
às imundícies
o mundo inundou(-se)
de tanto quanto nada
o mundo afundou
nos buracos asfálticos
das quânticas faltas
da sua (des)estrada
em desespero
a um deserto em desastre
o mundo
tem o mesmo endereço:
o dinheiro é a entrada
e o Fim
é só o começo
31 julho 2018
O Começo do Fim de Bolsonaro
Infelizmente, o assunto de hoje é a participação de Bolsonaro no programa Roda Viva da TV Cultura.
Há dois tipos de pessoas que chamam a atenção. As grandes pessoas, por seus grandes feitos, criações, realizações e\ou pensamentos e os grandes medíocres, por seus enormes absurdos e imensas tolices. Este último é o caso de Jair Bolsonaro. Tanto que conseguiu uma legião de seguidores, uns por serem como ele, outros por estarem iludidos e não procurarem sair da ilusão. E é isso que preocupa e deve ser analisado, ainda que Bolsonaro não vença as eleições. E é quase certo que não vencerá, devido a sua flagrante ausência de inteligência. Vejam bem, ele perderá não tanto pelo que defende, mas porque é burro. E isso é o mais perigoso.
Ontem, assisti de 10 a 15 minutos à sabatina de Bolsonaro. Foi ao mesmo tempo hilário e deprimente a quantidade de bobagens e absurdos pronunciados por um só homem em tão pouco tempo. Nunca vi coisa igual. Nesses menos de 15 minutos, escutei de Bolsonaro (paráfrases):
1) "É preciso, nas favelas, separar quem é bandido pra um lado e quem é povo pra o outro e atirar nos bandidos". Meu Deus, como alguém pode ter uma ideia dessas? Já estou imaginando os policiais: "O senhor é bandido? Passa pra ali que vamos lhe matar. E o senhor, é povo? Então vai pro outro. E fique aí."
2) Bolsonaro: "Eu tenho mais de 500 projetos!"
Jornalista: "Não, são 170, e só 2 foram aprovados." Bolsonaro: "Que seja!" .
A isso, eu chamo de fanfarronice. Um fanfarrão é um cara que acha que faz e acontece, e todo mundo acredita, e, na verdade, não faz nada.
3) Jornalista: "O senhor é contra, e até agressivo, nas suas posições contra determinados grupos sociais, mas tem um grupo social que o senhor nunca é contra e nunca fala nada: os banqueiros."
Bolsonaro: "Eu não sou contra banqueiros, eles são trabalhadores".
Aham, claro, vamos dizer isso para os milhares de pequenos agricultores brasileiros que perderam plantação, terra, casa, tudo, por dívidas com bancos, só para dar um exemplo. Com essa declaração, Bolsonaro quer dizer que é contra grupos sociais pobres e a favor dos ricos, e NADA fará para combater a desigualdade social, que é o pior problema brasileiro.
4) Jornalista: o senhor se queixa muito das fake news, mas é um dos que mais as espalham. O senhor espalhou que o jornalista (não lembro o nome) era um guerrilheiro, quando na verdade ele nunca foi, e está provado que não.
Reação do Bolsonaro: cara de nojo.
5) Jornalista: está na Wikipédia que o senhor não foi promovido no exército por que era muito autoritário, agressivo, intolerante, arrogante (e outras coisas que não lembro) com seus subordinados. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
"Ah, alguém deve ter botado lá."
6) Bolsonaro: "A solução para o desemprego no campo é os camponeses acharem outra coisa pra fazer."
E isso foi o que vi em menos de 15 minutos. Óbvio que há muitas outras barbaridades expelidas por Bolsonaro ao longo da fatídica 1 hora e meia do programa. Como a da escravidão, em que afirmou que os portugueses "nunca pisaram na África" e que os africanos se entregavam para a escravidão por livre e espontânea vontade. E esse cara quer ser presidente. E, pior, há quem vote. Felizmente, Bolsonaro começou a se enforcar com a própria corda.
29 julho 2018
Mundo de Plástico
essas vidas de plástico
prenhes de macio e mentira
em que somos só o plástico da superfície
cheios de cores e vazios de vida
artificiais e poluentes
petrolíferos e descartáveis
carburantes e recicláveis
saídos diretos da fábrica
moldados como sendo só máscara
já prontos trazidos da fôrma
não somos mais do que plástico
enterrados inúteis na terra
a desgraça de oceanos e rios
a tragédia de riachos e mares
assassinos de tudo que vive
pedaços de plástico pisados por Deus
não valemos coisa nenhuma
não somos mais que a sujeira
largada por imbecis
no meio do abismo da estrada...
o abismo
e mais nada.
prenhes de macio e mentira
em que somos só o plástico da superfície
cheios de cores e vazios de vida
artificiais e poluentes
petrolíferos e descartáveis
carburantes e recicláveis
saídos diretos da fábrica
moldados como sendo só máscara
já prontos trazidos da fôrma
não somos mais do que plástico
enterrados inúteis na terra
a desgraça de oceanos e rios
a tragédia de riachos e mares
assassinos de tudo que vive
pedaços de plástico pisados por Deus
não valemos coisa nenhuma
não somos mais que a sujeira
largada por imbecis
no meio do abismo da estrada...
o abismo
e mais nada.
26 julho 2018
Fuga
um verso
vazio
de nada
de adaga
de longe
largado
ao largo
ao vago
que sangra
em adágio
por água
que pedra
nenhuma
perturba
e afaga
nem nada
o (a)tinge
no lago
sem fundo
de selva
sem sonhos
de sopro
distante
que nada
infringe
nem sábio
só silvo
serpente
de sono
se esquece
se fogo
se ascende
e ao fim
não disse
nem algo
nem vale
nem verso
nem nada
vazio
de nada
de adaga
de longe
largado
ao largo
ao vago
que sangra
em adágio
por água
que pedra
nenhuma
perturba
e afaga
nem nada
o (a)tinge
no lago
sem fundo
de selva
sem sonhos
de sopro
distante
que nada
infringe
nem sábio
só silvo
serpente
de sono
se esquece
se fogo
se ascende
e ao fim
não disse
nem algo
nem vale
nem verso
nem nada
24 julho 2018
Fim de Papo
à história
restam poucas páginas
à ciência
restam poucas mágicas
à palavra
restam poucas sílabas
aos senhores
resta pouca lógica
ao dinheiro
restam poucas fábricas
ao futuro
restam poucas dúvidas
ao amor
restam poucas músicas
à esperança
restam poucos túmulos
aos humanos
restam poucas décadas
restam poucas páginas
à ciência
restam poucas mágicas
à palavra
restam poucas sílabas
aos senhores
resta pouca lógica
ao dinheiro
restam poucas fábricas
ao futuro
restam poucas dúvidas
ao amor
restam poucas músicas
à esperança
restam poucos túmulos
aos humanos
restam poucas décadas
22 julho 2018
País de Palhaços
país de palhaços
de micos de mitos de mulas
panelas e patos e pulhas
palco aos estilhaços
de circo de cerca de esterco
cagadas de merda por todas as pias
lavadas de morte por todos os dias
país de palhaços
de patriotadas patotas patetas
inferno do pobre e do bicho
paraíso do lucro e do rico
país de burros
dos bundões machões e das bundas
dos estúpidos latifúndios
de capitalistas sem fundo
país das águas, de garças, desgraças
gigante adormecido por veneno
vagabundo moribundo
enforcado pelo resto dos cipós
das atlânticas matas:
de ti só amo aquilo que tu matas
pátria que nada disse nada ouviu nada viu
vai à puta que Brasil!
de micos de mitos de mulas
panelas e patos e pulhas
palco aos estilhaços
de circo de cerca de esterco
cagadas de merda por todas as pias
lavadas de morte por todos os dias
país de palhaços
de patriotadas patotas patetas
inferno do pobre e do bicho
paraíso do lucro e do rico
país de burros
dos bundões machões e das bundas
dos estúpidos latifúndios
de capitalistas sem fundo
país das águas, de garças, desgraças
gigante adormecido por veneno
vagabundo moribundo
enforcado pelo resto dos cipós
das atlânticas matas:
de ti só amo aquilo que tu matas
pátria que nada disse nada ouviu nada viu
vai à puta que Brasil!
20 julho 2018
de Música e de bebida
se tudo já foi dito
e nada tem adiantado
restam o tudo ou nada e o trago
se a vida perdeu sentido
e é estúpido o amanhã
resta a vida sem manhãs de Chopin
se tudo que foi arte
hoje é fim de caminho
restam a arte o fim e o vinho
se o mundo é uma taça vazia
nem mais importa o que tu ames
resta a taça (o que está dentro...)
e resta Brahms
e nada tem adiantado
restam o tudo ou nada e o trago
se a vida perdeu sentido
e é estúpido o amanhã
resta a vida sem manhãs de Chopin
se tudo que foi arte
hoje é fim de caminho
restam a arte o fim e o vinho
se o mundo é uma taça vazia
nem mais importa o que tu ames
resta a taça (o que está dentro...)
e resta Brahms
18 julho 2018
Doença da Observação
I - é preciso se ir contra os humanos
se queremos nos tornar mais humanos
só se faz algo pela humanidade
quando se combate a humanidade
II - acreditar no ser humano
é uma doença da observação:
acreditar na humanidade
é a ausência de se olhar no espelho
se queremos nos tornar mais humanos
só se faz algo pela humanidade
quando se combate a humanidade
II - acreditar no ser humano
é uma doença da observação:
acreditar na humanidade
é a ausência de se olhar no espelho
16 julho 2018
Definição Breve de Artista
ser artista é destruir-se:
só se alcança o sentimento alheio
destruindo o sentimento próprio.
mas não por destruí-lo
e sim por excedê-lo
e além do excedê-lo
que é o esgotá-lo.
só se alcança o sentimento alheio
destruindo o sentimento próprio.
mas não por destruí-lo
e sim por excedê-lo
e além do excedê-lo
que é o esgotá-lo.
13 julho 2018
Receita de um Homem de Bem
se começa não se olhando no espelho
depois já nem vê
mais os próprios defeitos
e nem se faz mais nenhuma cagada
(fisiológica inclusive, na privada)
depois só vê em si qualidades
entre reais fictícias hilárias fiasquentas
então já é quase perfeito
e sabe que é rico não sendo
e sabe que pode nada podendo
e não fala palavrão nem fodendo
depois já se julga melhor que todos
capaz de tudo que é bom
capaz de nada que é ruim
de modo que já pode (e deve) julgar os outros
(os outros, aqueles inferiores)
e decidir quem presta quem não
(como um favor que faz à nação)
e quer aplicar punições castigos
sabe o que pode o que é proibido
“se não fizer aquilo que digo”
depois se puder matar
(visto que é homem divino)
tanto melhor:
“eu decido quem é bandido”
pronto:
está formado um herói da pátria
um homem de bem:
bem fanático
bem ridículo
e bem fodido
depois já nem vê
mais os próprios defeitos
e nem se faz mais nenhuma cagada
(fisiológica inclusive, na privada)
depois só vê em si qualidades
entre reais fictícias hilárias fiasquentas
então já é quase perfeito
e sabe que é rico não sendo
e sabe que pode nada podendo
e não fala palavrão nem fodendo
depois já se julga melhor que todos
capaz de tudo que é bom
capaz de nada que é ruim
de modo que já pode (e deve) julgar os outros
(os outros, aqueles inferiores)
e decidir quem presta quem não
(como um favor que faz à nação)
e quer aplicar punições castigos
sabe o que pode o que é proibido
“se não fizer aquilo que digo”
depois se puder matar
(visto que é homem divino)
tanto melhor:
“eu decido quem é bandido”
pronto:
está formado um herói da pátria
um homem de bem:
bem fanático
bem ridículo
e bem fodido
Finais da Copa 2018: palpites
Para a final da Copa, acertei França, errei Croácia. O jogo entre Inglaterra e Croácia foi um dos melhores jogos da Copa, equilibradíssimo e empolgante, com chances para os dois lados a todo momento. A Inglaterra dominou o primeiro tempo, a Croácia equilibrou no segundo e dominou na prorrogação. O que me surpreendeu, porque a Croácia vinha de duas prorrogações seguidas, mas superou o cansaço e derrotou a Inglaterra com persistência e muita garra. Embora meu palpite fosse Inglaterra, torci para a Croácia.
Mas na final, vou manter minha coerência: vai dar FRANÇA. E também torço para a França. Acho que a Croácia já fez a sua Copa e atingiu o seu limite. A França vai muito mais descansada, conta com um time mais talentoso, mais rápido, é tão bem montada como a Croácia e tem a tradição a seu favor. E, como tenho dito: o time da França não vem cometendo erros. Na disputa do Terceiro Lugar, aposto na Bélgica. Não há dúvida de que a Bélgica é mais time que a Inglaterra, assim como a França é mais time que a Croácia. No entanto, é claro, melhores times nem sempre vencem.
11 julho 2018
O Oprimido não se julga Oprimido
I - o oprimido não se julga oprimido
porque acostumou-se com a opressão:
oprimir é fazer-se acostumar
depois que se acostuma tudo se torna bom
e se vive só de pão.
II - opressão é convencer o oprimido
de que ela não existe
a não ser de longe:
o oprimido só vê os outros
como oprimidos.
III - “saber o seu lugar"
é o lema da opressão.
IV – o objetivo da opressão
não é mais fazer escravos.
escravos ainda estão vivos.
o objetivo atual da opressão
é transformar pessoas em máquinas.
porque acostumou-se com a opressão:
oprimir é fazer-se acostumar
depois que se acostuma tudo se torna bom
e se vive só de pão.
II - opressão é convencer o oprimido
de que ela não existe
a não ser de longe:
o oprimido só vê os outros
como oprimidos.
III - “saber o seu lugar"
é o lema da opressão.
IV – o objetivo da opressão
não é mais fazer escravos.
escravos ainda estão vivos.
o objetivo atual da opressão
é transformar pessoas em máquinas.
08 julho 2018
Paisagens (também) Rio-Grandenses
a desolação sem fim das lavouras de soja
o sangue (e o cheiro) dos zurrilhos esmagados nas rodovias
as matas ciliares que acabam em três metros
as dunas de areias dos rios assoreados
as fendas gigantes das erosões pelos campos
o colorido sujo dos plásticos na beira das sangas
as névoas cinzentas nos horizontes queimados
os desertos verdes das plantações de eucaliptos
o alastramento do caos das misérias urbanas...
a estátua do laçador enforcada num angico seco
o sangue (e o cheiro) dos zurrilhos esmagados nas rodovias
as matas ciliares que acabam em três metros
as dunas de areias dos rios assoreados
as fendas gigantes das erosões pelos campos
o colorido sujo dos plásticos na beira das sangas
as névoas cinzentas nos horizontes queimados
os desertos verdes das plantações de eucaliptos
o alastramento do caos das misérias urbanas...
a estátua do laçador enforcada num angico seco
07 julho 2018
Semifinais da Copa 2018: palpites
Nas quartas de finais, mantive meu aproveitamento das oitavas, 75% de acerto. Errei a aposta arriscadíssima no Uruguai. Agora, nas semifinais, acho que não haverá surpresas:
França x Bélgica: França. (Duas grandes seleções, com grandes jogadores de cada lado. Mas a França é um time que praticamente não tem cometido erros e tem mais tradição, que sempre pesa em decisões.)
Inglaterra x Croácia: Inglaterra. (A Inglaterra não empolgou, nunca empolga, aliás, mas fez uma grande partida contra a Suécia e tem melhores atacantes que a Croácia. E também deve pesar a tradição a seu favor.
Creio que a grande final será entre duas campeãs mundiais, França e Inglaterra, e teremos mais um bicampeão a se unir a Argentina e Uruguai.
05 julho 2018
Preparação para a Vida
tornei-me fã
de tudo que se arrasta
daquilo que é rastejo e torto e excreto
de tudo quanto é rato
e agora eu estou apto
a me inserir no que é progresso
tornei-me fã
de tudo que degrada
daquilo que é esterco e escroto e resto
de tudo quanto é lixo
e agora enfim eu posso
produzir pra o capital
tornei-me fã
de tudo que não vale
daquilo que é vergonha e esgoto e mosca
de tudo quanto é bosta
e agora eu estou pronto
para viver em sociedade
de tudo que se arrasta
daquilo que é rastejo e torto e excreto
de tudo quanto é rato
e agora eu estou apto
a me inserir no que é progresso
tornei-me fã
de tudo que degrada
daquilo que é esterco e escroto e resto
de tudo quanto é lixo
e agora enfim eu posso
produzir pra o capital
tornei-me fã
de tudo que não vale
daquilo que é vergonha e esgoto e mosca
de tudo quanto é bosta
e agora eu estou pronto
para viver em sociedade
03 julho 2018
Quartas de Final da Copa 2018: apostas.
Acertei 6 das 8 seleções que foram classificadas para as quartas de final da Copa da Rússia. Errei nas apostas em Argentina e Espanha. Acho que está bom, 75% de correção. Agora, os palpites para as quartas:
França x Uruguai: Uruguai. (Eu tinha apostado na França como campeã da Copa depois da sua vitória contra a Argentina, e, talvez, ela realmente o seja. Mas vou arriscar, e muito, neste palpite. Vou apostar e torcer para o Uruguai. Mas se a França passar pelo Uruguai, e as chances são grandes, óbvio, será a campeã, acredito.)
Brasil x Bélgica: Bélgica. (Também palpite arriscado, mas o Brasil ainda não jogou contra um time realmente forte até aqui. A Bélgica vai ser o primeiro. Não sou dos que acham que o Brasil está jogando um bolão. E, não sei por que, desde o início da Copa, tive a impressão de que o Brasil vai sair nas quartas de finais.)
Croácia x Rússia: Croácia. (Bom, acho que a Rússia já foi longe demais, contou mais com a sorte e com a falta de objetividade da Espanha do que com o seu futebol, que é esforçado, mas bem limitado.)
Inglaterra x Suécia: Inglaterra. (Acho que a Inglaterra tem um pouco mais de futebol que a Suécia e atacantes melhores. Mas, se vencer, vai ser com muita dificuldade.)
França x Uruguai: Uruguai. (Eu tinha apostado na França como campeã da Copa depois da sua vitória contra a Argentina, e, talvez, ela realmente o seja. Mas vou arriscar, e muito, neste palpite. Vou apostar e torcer para o Uruguai. Mas se a França passar pelo Uruguai, e as chances são grandes, óbvio, será a campeã, acredito.)
Brasil x Bélgica: Bélgica. (Também palpite arriscado, mas o Brasil ainda não jogou contra um time realmente forte até aqui. A Bélgica vai ser o primeiro. Não sou dos que acham que o Brasil está jogando um bolão. E, não sei por que, desde o início da Copa, tive a impressão de que o Brasil vai sair nas quartas de finais.)
Croácia x Rússia: Croácia. (Bom, acho que a Rússia já foi longe demais, contou mais com a sorte e com a falta de objetividade da Espanha do que com o seu futebol, que é esforçado, mas bem limitado.)
Inglaterra x Suécia: Inglaterra. (Acho que a Inglaterra tem um pouco mais de futebol que a Suécia e atacantes melhores. Mas, se vencer, vai ser com muita dificuldade.)
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