a dúvida exausta a galope
um sol frio que surge e se esconde
por entre temporais de interrogações
e luas cheias de porquês
sonos tortos em que nunca se dorme
campos longos onde nunca se chega
infinitos de pontos a ponto nenhum
respostas de sapos escuridando a noite
ecos de morcegos cegando os ouvidos
gritos pelos milênios não-respondidos
sugados por buracos-negros
sangue de lábios em asas
em ânsias por matar a sede
aves e névoas em taças
que embriagam e desaparecem
porque nunca terão alado
as questões e inquietações
por que frustradas e eternais?
e a pergunta pairando nos parassempres
de um porquê respondido ao jamais.