Quando Albert Einstein escreveu que "Se as abelhas desaparecessem da face da Terra, a humanidade terá mais quatro anos de existência", o cientista, apesar de toda sua genialidade, ainda não previa que hoje o desaparecimento das abelhas não seria apenas uma possibilidade assustadora, mas uma realidade vivenciada. Einstein acrescenta que "Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana."
Agora mesmo, foi divulgada a alarmante notícia de que as abelhas produtoras de mel estão desaparecendo do RS devido ao uso abusivo e criminoso de agrotóxicos (muitos deles proibidos no Brasil), de pesticidas que são simplesmente espalhados no ar sobre as lavouras, principalmente nas lavouras de soja. Os danos destes venenos que se propagam por dezenas, talvez centenas de quilômetros, é tão vasto que nem pode ser mensurado. É claro que não se restringe somente às abelhas, mas afeta todas as outras espécies da flora e da fauna, incluindo, como todos sabem, a ação direta e cumulativa na saúde humana. No entanto as abelhas são particularmente sensíveis aos pesticidas.
A ONU emitiu um alerta de caráter urgente onde adverte que os insetos polinizadores estão desaparecendo a uma velocidade sem precedentes, e argumenta que 75% das plantas precisam de polinização para se reproduzir, inclusive aquelas que servem de alimento ao homem e aos animais. Segundo a ONU, há três fatores principais que estão ocasionando o desaparecimento de insetos polinizadores como abelhas, vespas, borboletas:
- o uso de pesticidas;
- a propagação de espécies geneticamente modificadas (os transgênicos);
- a destruição de seus habitats naturais.
Em outras palavras, o que está acabando com as abelhas é a sede insaciável de lucro. Usa-se pesticidas para quê? Para se produzir mais em um curto período de tempo. Nem se pensa nas consequências. Da mesma forma, é com os transgênicos, onde as gigantes multinacionais do setor lucram bilhões de dólares todos os anos com a venda de sementes e com os royalties. A bancada do agronegócio aqui no Brasil vem facilitando, ou tentando facilitar, tanto o uso de agrotóxicos quanto a expansão dos transgênicos. Certamente, não é para o bem-estar da população. Mais uma vez, aqui cabe o meu poema:
Enquanto houver lucro...
enquanto houver lucro
não haverá vida
nem de quem perde
nem de quem lucra
enquanto houver lucro
só haverá o suco
do que é vivo sugado
enquanto houver lucro
não haverá o justo:
só o homem esmagado
enquanto houver lucro
não haverá paz
enquanto houver lucro
só haverá pás
a cavar covas
só haverá a sede
insaciável
de quem quer mais
só haverá a sede
insaciada
de quem
não tem nada
enquanto houver lucro
o homem será invólucro
de um monstro