23 maio 2021

Soneto do Antes do Amanhecer

eu sou o que me anda  pelo que passa
e vejo os sons se porem no horizonte
levo o vinho de um beijo em minha fronte
e um denso de mares na minha taça

sou o que aspira por entre a fumaça
e atira a moeda aos rios de Caronte
testemunha do trágico desmonte 
de todos os sonhos da humana raça

cheiro o silêncio de abutres nos lagos
das cruzes sinto meu lábio que escorre
e se mistura ao charuto que apago

flores de sangue ao imenso que morre
e o sol flui entre teus olhos que trago...
o fim do mundo domina o meu porre.









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