26 abril 2020

Após Humanidade*

o meu verso é de sangue e decadência
pela percepção viva do que morre
como se o peso de um cósmico porre
tivesse elevado a minha consciência

o meu verso é de alarme e de iminência
pela percepção óbvia do que (o)corre
a visão do desabe de uma torre
além filosofia além ciência

eu sinto em um após humanidade 
queda da noite que me dura um século
e sinal da anímica liberdade

da morte se entende que a alma é círculo
nada a se dizer a não ser o que há-de
em meu sangue há catástrofe e espetáculo

*Repostagem do soneto publicado originalmente em 6 de outubro de 2017.

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