da minha (p)arte
poeta é olho
saber a sina
palavra em montes
por entre espinhos
poeta é nunca
e é muita coisa
bater o peito
do meu desfeito
poeta é pulso
fazer que sinta
ser tinto e nota
da minha porta
poeta é ir-se
dizer errado
entre o que é tido
por como certo
poeta é morte
de mais desejo
além da vida
poeta é lábio
e sempre sangue
teu gesto exangue
é minha sorte
poeta é nada
só o nada fica
depois de tudo
o que partida
do que perdida
poeta é fim
olhar ao Todo
virar em alma
sem uma palma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário