olho para a humanidade e fico.
para as pessoas que passam e não.
vão como se fossem vãos
em vão pelo que nunca há de ser
que existem sem ver ou ir
que não hão de se alcançarem.
tudo aquilo que se gera e perde.
águia estilhaçada ao chão.
imenso do que foi sentido
em que há sempre um mas ainda mais imenso
que dessente a tudo.
emissões de pensamentos que se deixaram.
galáxias de possibilidades desfragmentadas.
luz de atrações desmagnetizadas.
altos desígnios revogados.
livro escrito nunca iniciado.
páginas de um vasto universo em branco.
o latente de um vazio que quase
mas não.
sei que fracassei:
meu poema não foi.
melhor assim
a humanidade também
não atingiu o seu fim.
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