quando dizemos
que somos todos irmãos
dizemos o quê?
que dividimos uma mesma essência
um impalpável ponto em comum
entre a nossa substância?
enfim, eu sou o outro
e vice-versa?
e tudo que há em mim
no outro também universa?
sou irmão do tigre
porque somos filho da mesma Terra
e onde corre sangue que é rubro
ou porque o seu sangue
é uma parte do meu em onda espiritual?
se ele morre
escorre
algo do meu vital?
se os homens se dilaceram na guerra
ou se degeneram em miséria
que sonho do meu ser é que se vai?
que olho do meu peito chora e se contrai
se a floresta se esvaece em fumaça?
quando o planeta sofre
que vida ou que sonho
se derrama da minha taça?
sofro porque eu sofro
ou porque o todo sofre?
o sangue derramado lá
sou eu derramado aqui?
o que é isso que goteja das minhas mãos
quando uma cabeça é esmagada?
é lágrima é sangue é mentira
ou é a indiferença do nada?
quando o sol se obscurece no céu
anoitece uma luz no que sou eu?
e isso que digo é para algum fim
ou sou só eu que sinto assim?
6 comentários:
Amar é aprender a apenas ser.
Amar?
É o melhor que sinto...
e o que pior sei fazer...
Beijo
Sónia
É com alguma finalidade este poema:) Um abraço, Yayá.
Não é só você que se sente assim, meu caro. Tenha certeza disso!
Beijos.
Não é só você ;)
O início (e olha que sou apaixonada por seus "finais", rs) está de arrepiar!...
Fala-se em um amor muito maior... o verdadeiro!... Alfa e ômega!...
Beijos =)
As mesmas experiências e sensações vivenciadas em tempos diferentes.
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