05 agosto 2011

Mais Um Trecho de Um Instante de Sono (Sono Sanguíneo)

como o líquido negro do café
que escorre dos vales da minha urgência
sonho que um vinho
vive em meu passo à beira...

sou daqueles
que passam às margens do tenso
no passar em seus três sentidos
e sempre um símbolo de humanidade
morta
despenca-me tumularmente furiando
a cada lágrima que em teus
cílios convulsiona-me

um sei que se apaga
no morrer-do-sol
durmo como dorme a lua febre
envelhecida pelo fumo de um cigarro
só não dorme
o que vulcanicamente pulsa
na pele sonâmbula do sentimento
em finais
derramamentos de violinos ocasos
ao Fim da História...


durmo após o mundo

no pânico do ansiamente em charme
para acordar nos roxos abraços
dos sangues do que deve abraçar-me...

2 comentários:

Felipe S. disse...

"um sei que se apaga
no morrer-do-sol
durmo como dorme a lua febre
envelhecida pelo fumo de um cigarro"

Lindo!

Belíssimo texto! Parabéns!

CARLA STOPA disse...

Sempre um encanto.