não tenho culpa
se sou um
morro
morro
e minha
água
lava
e leva
e mata
a leva
dos que levaram
a minha
mata
um dia fui só
mata-atlântica
e alegria de araras
hoje sou só
chuva-cáustica
e maresias amaras
há muito tempo
aqui estou
sem saída
e para lado algum
eu corro...
os humanos
sem saída
correm
e morrem
vindo até mim
e eu
deslizando ao fim
morro...
16 comentários:
Vc consegue espremer beleza até das coisas mais feias...
Faço minhas as palavras da Vampira.
De fato, vc conseguiu fazer um belíssimo poema de um momento historicamente horrível.
Não há como explicar a tristeza que paira hoje sobre o Brasil...
Beijos :(
Penso que os poetas conseguem "espremer beleza" (Vampira Dea)mais na dor que na alegria.
Seus versos, como sempre, chegando até mais fundo.
Reiffer
taí o grande veio, a essência de tua poética.
Poema extraordinário!
Concordo com a Vampira Dea.
E infelizmente tudo isso que está acontecendo é o reflexo de como os homens tratam sua natureza, o meio-ambiente, enfim a nossa moradia.
Parabéns! Bjsss
É lamentável tudo isso...É também previsível!Cuidar da nossa casa parece ser a mais difícil das tarefas...
Com muita inteligência e sensibilidade construíste uma obra prima, parabéns!
Poesia sintética repleta de significado. Gostei bastante.
Abraços literários!
Tão triste que aconteçam coisas assim nesse pais, por descuido que você retratou muito bem em seu poema.
beijos
É realmente uma pena o que o dinheiro faz com o ser humano!
Tudo isso poderia ser prevenido se as autoridades fizessem seu papel.
Belo poema, apesar do fato.
Fácil seria se os poemas surgissem apenas das borboletas o do azul do céu. Lindo, adorei!
Beijo, querido amigo =)
oi Reiffer!!!!
ótimo poema ao trágico...
a Natureza é júri, juiz, réu... e Deus!
E viva a diferença...Cada um, à sua maneira contrói os seus significados sobre a vida e a morte...Também amei teu espaço. E te espero de novo.
Lamento da natureza frente a estupidez humana.
Um bj querido amigo.
REIFFER!
Fazer-se rio e deitar aqui este poema comove até os menos sensíveis.
Cheguei a sentir os olhos marejarem.
Parabéns, poeta!
Erga seu grito!
Beijos
Mirze
"Espremeu beleza" com muito talento... Lindo poema, como sempre.
Parabéns
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