09 março 2010

O Poema Mais Puro

eu queria fazer o poema mais puro
como as sublimes águas
que celestam musicais
como os perfumes lagos
que profundam nos florais
e soprar verso luz
a tudo de claro que existe...

mas pensei em desistir
ao perceber que o verso meu
seria sempre triste...

mas também há pureza na melancolia
como os sublimes olhos
que lacrimam pelos rios
como os concertos anjos
que sentençam por sombrios
e soprar verso alma
ao que se voa pelo amor...

mas pensei em desistir
ao perceber que o verso meu
teria sempre dor...

mas também há pureza pelo sofrimento
como o sublime mártir
que se noite na verdade
como o transcendo gênio
que na arte sempre há-de
e soprar verso cruz
ao que se eleva em sacrifício...

mas pensei e... e desisti
ao perceber que o verso meu
teria sempre eu.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não desista...
Porque se a tentativa já saiu bela ssim...imagino o que vem por aí...
beijo
Leca

Metáfora do Tempo disse...

O que impressiona é o ritmo febril com que escreves. São poemas e mais poemas (sem falar nos contos) cada qual de muita qualidade e inspiração. É muito difícil escrever tanto como você sem perder a qualidade poética. Mas tu consegues unir quantidade com verdadeira qualidade. Aqui está mais um exemplo disso.

Bárbara Grou. disse...

Não desista, pois em tudo há um pouco de pureza, e o coração de um poeta, por mas intenso e sangrento que seja, é puro, carrega delicadezas.
Lindos versos. Beijos

Denise Portes disse...

A muito tempo eu não leio um poema tão lindo!
Um beijo
Denise